Fórum Econômico Mundial prevê que robôs eliminarão 5 milhões de empregos até 2020

A chamada quarta revolução industrial, somada a mudanças sociais, econômicas e demográficas, afetará 15 economias, incluindo o Brasil

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Inovações nos campos de inteligência artificial, robótica, nanotecnologia, impressão 3D, genética e biotecnologia, que compõem a chamada Quarta Revolução Industrial, podem acabar com 5 milhões de empregos até 2020, de acordo com um relatório publicado nesta segunda-feira pelo Fórum Econômico Mundial. Isso afetaria 15 economias, desenvolvidas e emergentes, correspondentes a 65% do mercado mundial.

Com sete milhões de perdas em cargos de escritório e dois milhões de novos empregos na área de tecnologia, o Fórum sugere que o desafio dos próximos cinco anos é lidar com as consequências destas inovações. A entidade organiza o Fórum de Davos, que reúne líderes políticos e empresariais anualmente, e começará daqui dois dias.

No evento, as entidades participantes deverão discutir os impactos das perdas causadas por redundância, automação e desintermediação. A previsão é de que a indústria com maiores perdas seja a de saúde, seguida de perto por energia, serviços financeiros e investidores. Já as indústrias que criarão mais empregos serão tecnologia de informação e da comunicação; serviços profissionais e mídia, entretenimento e informação.

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A previsão é que trabalhos mais repetitivos e que têm mais a ver com o intelecto – como os de consultores financeiros – sejam substituídos por robôs e automação. A solução, segundo o relatório, passa pela qualificação dos profissionais atuais. 

Os países afetados são Brasil, Austrália China, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, México, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos e, de acordo com o texto, assinado por Klaus Scwab, presidente do Fórum, “nunca houve um tempo de maior promessa ou potencial perigo” como o atual. Ele teme que as autoridades, que participam do encontro, sejam levadas pelo pensamento mais tradicional para tomar decisões, o que acredita que costuma ser corriqueiro.

Questão de gênero

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O Fórum também atenta para a implicação de gênero nas quedas de empregos. Apesar de as ganhas e perdas serem praticamente iguais para mulheres (-48%) e homens (-52%), sabe-se que há mais homens no mercado em geral atualmente do que mulheres. Ou seja: isso significa que as mulheres na verdade perderão mais empregos do que os homens. Traduzindo isso em números, a cada emprego ganho, as mulheres perderão cinco postos; para homens, a proporção é de um para três.

Para o relatório, isso significa um aumento da desigualdade e é parcialmente explicado pelas “famílias” de empregos que terão crescimento – áreas em que há pouca participação feminina ainda hoje.

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney