Emprego em 2008: confira as profissões que estarão em alta e as oportunidades

Setor de serviços, que atualmente representa 65% das ofertas, continuará com a forte demanda de profissionais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A maioria dos profissionais irá encontrar espaço e chances de emprego no setor de serviços, que hoje representa cerca de 65% do total das ofertas. Dentro desse setor, as áreas que mais oferecerão oportunidades em 2008 estão ligadas a cinco principais facetas dos empregos atuais: saúde, beleza e terapias alternativas; educação; lazer; segurança e informação.

O prognóstico é do diretor da multinacional francesa BPI no Brasil, Gilberto Guimarães. E ele explica: “No início do século passado, o ser humano trabalhava 3.200 horas anuais. Hoje, esse número foi reduzido para 1.800 horas. A conclusão é que sobrou tempo para cuidar de si. Por isso, empresas que trabalham com terapias alternativas, saúde e beleza contratarão cada vez mais”.

E cuidar de si também implica em aproveitar os momentos de lazer. Para o brasileiro, lazer pode ser assistir televisão, passear no shopping, praticar esportes, freqüentar uma academia, viajar, ir ao clube, sair com os amigos. “Não é à toa que observamos mais demanda por serviços do turismo”.

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Outras demandas

Mas o tempo livre também é usado para estudar. “Você já reparou na quantidade de pessoas que hoje buscam cursos livres, palestras, faculdade, pós-graduação, workshops, leitura e cultura no geral?”, questiona, ao lembrar que as pessoas estão mais ávidas por informações de todos os tipos e aprimoramento profissional.

Já as empresas ligadas à segurança protagonizam uma alta constante em seus lucros, e no mundo inteiro. “Na Europa, o que move o consumo por produtos e serviços de segurança é o medo do terrorismo. No Brasil, é a violência nos grandes centros urbanos”, afirma Guimarães.

Por fim, tudo relacionado a informação estará em alta em 2008 e nos anos seguintes. Segundo o diretor da BPI no Brasil, a citada busca por conhecimento causará aquecimento de setores ligados à Internet, a exemplo das empresas de tecnologia da informação. Além disso, o telemarketing continuará contratando muito. Nos últimos anos, houve uma contratação em massa de operadores.

Escassez de programadores

As fabricantes de software, onde trabalha o mais clássico dos trabalhadores modernos, o trabalhador do conhecimento, deverão manter o ritmo de contratações. De acordo com Guimarães, o desenvolvimento de software é hoje um mercado de US$ 1,3 trilhões, entre os quais US$ 700 bilhões são movimentados por empresas terceirizadas.

Curiosamente, a maior parte delas estão fora dos países desenvolvidos, os principais consumidores. Por exemplo, o software representa de US$ 35 a US$ 45 bilhões nas exportações da Índia, que de alguma forma é fluente em inglês, a língua da informática.

No País, as empresas do ramo, multinacionais ou não, juntas acabam tendo sob contrato, hoje, mais de 800.000 profissionais, o mesmo número de bancários. A diferença, na avaliação do especialista, é que a quantidade de bancários diminui ano a ano. A de informáticos, porém, não pára de crescer.

Para se ter uma idéia, estima-se que, nos próximos três anos, o País registrará uma demanda de 100 mil programadores, que não apenas saibam programar, mas que falem e compreendam bem o inglês. “Não temos como atender essa demanda”, lamenta Guimarães.