Empreendedorismo social se consolida como alternativa de carreira para jovens

Segmento exige espírito inovador e que interessado seja movido pelo impacto social decorrente do seu trabalho

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – O empreendedorismo social, ou negócio social, está a cada dia se fortalecendo como uma alternativa de carreira para os jovens, sobretudo para aqueles que, além de trabalhar e crescer profissionalmente, têm como meta de vida contribuir de alguma forma com a sociedade.

De acordo com a diretora executiva do Centro de Formações em Negócios Sociais, Maure Pessanha, trabalhar com esse ramo de atividade exige que o jovem tenha comprometimento, espírito inovador e que seja movido pelo impacto social decorrente do seu trabalho.

Maure ainda complementa que o setor, que é aberto a todas as áreas de formação, está sendo destino de diversos investimentos de fundos estrangeiros e nacionais, o que contribui para aumentar as oportunidades de atuação.

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Campo em ebulição
Os negócios voltados ao campo social encontram-se em um momento de “ebulição”, conforme avalia Maure, isso quer dizer que, na prática, diversas empresas estão nascendo e muitos profissionais estão direcionando suas carreiras para essa área.

Nesse sentido, ao contrário das oportunidades no setor privado ou mesmo no público, que tradicionalmente oferecem estruturas já formadas e consolidadas, a realidade das empresas do terceiro setor é de estruturas enxutas, poucos recursos e necessidade de profissionais que tenham um espírito inovador o suficiente para que, com os poucos recursos disponíveis, consigam transformar o negócio em algo rentável.

É exatamente essa realidade que a designer Paola Bertoldi, de 25 anos, observou ao deixar o setor privado para se entregar ao negócio social. Após se formar em design de produto, na Universidade Federal do Paraná, Paola iniciou sua carreira profissional em uma empresa privada, mas logo trocou pela Aliança Empreendedora, aonde trabalhou em um projeto social no Vale do Ribeira com o objetivo de assessorar agricultores que têm como segunda fonte de renda o artesanato.

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Ao finalizar sua participação no projeto, seguiu para a Solidarium, empresa social criada a partir da Aliança Empreendedora que tem como objetivo, baseado nos princípios de um comércio justo, desenvolver o negócio praticado pelos agricultores artesão.

Paola conta que os desafios foram grandes, já que, apesar de trabalhar na sua área, a estrutura reduzida da empresa, que conta com uma equipe de poucas pessoas, exigiu que a profissional desenvolvesse trabalhos administrativos, comerciais e de recursos humanos. No entanto, Paola, atual responsável pela área de criação da Solidarium, sente-se realizada.

“O Trabalho no terceiro setor entrou na minha vida como uma nova oportunidade e o que mais me chamou a atenção é que além de atuar na minha área de formação, iria trabalhar com pessoas e contribuir diretamente com a sociedade”, lembra a designer.

Remuneração
Maure afirma que apesar de não possuir dados concretos sobre a remuneração no terceiro setor, é importante lembrar que o objetivo do negócio, além de contribuir com a sociedade, é ser rentável. “O negócio social não conta apenas com doações ou investimentos, a ideia é desenvolver um trabalho que gere um impacto social, mas que pague os funcionários”, pontua Maure, comentando que é exatamente por essa razão que é preciso que os profissionais do setor sejam inovadores, criativos e entendam que vão ter que conseguir retorno financeiro, mesmo com recursos escassos.

No caso de Paola, a remuneração que encontrou ao entrar para o terceiro setor acabou sendo superior, comparativamente com o que ganhava no setor privado. “Quando me formei ganhava pouco mais do que o salário de um estagiário, mas quando fui para a Aliança, também como efetiva, o salário foi bem mais interessante”, avalia.

Conferência de Negócios Sociais
Vale pontuar que está crescendo, também, o número de atividades, encontros e reuniões que possuem o objetivo de esclarecer e informar melhor as pessoas sobre o mercado de trabalho no terceiro setor. Como exemplo, é possível citar a primeira Conferência de Negócios Sociais para Universitários da América Latina, iniciativa da Artemísia, aceleradora de Negócios Sociais.

A conferência, que começou na última quinta-feira (18) e termina nesta sexta-feira (19), traz pessoas e empresas voltadas para o social, que estão sendo bem sucedidas nesta empreitada. Ainda, é aprofundado o tema do negócio social, que com mecanismos de mercado, buscam soluções para problemas sociais e conseguem ser economicamente rentáveis.

O intuito principal da ação é informar aos interessados que existe, sim, a possibilidade de conciliar uma boa remuneração com o trabalho voltado para o social.