Em um março atípico com carnaval, indicadores industriais recuam

Pesquisa da CNI mostrou que o faturamento real da indústria recuou 5,2% frente a fevereiro; setor têxtil segue pressionado

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SÃO PAULO – Considerado como um março “atípico” por conta do feriado de carnaval, o mês não foi especialmente positivo para a indústria brasileira, já que os indicadores industriais dessazonalizados no mês recuaram frente a fevereiro, como mostra a pesquisa de indicadores industriais da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

O mercado de trabalho conseguiu mostrar certa estabilidade no período, e indicadores como massa salarial e rendimento médio anual foram os únicos a apresentar taxas positivas na comparação mensal e também anual.

Queda
O faturamento real da indústria de transformação recuou 5,2% em março em comparação com fevereiro, devolvendo parte do crescimento observado no mês anterior. Em relação a março de 2010, o crescimento foi tímido, de 1,7%.

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As horas trabalhadas também apresentaram queda na comparação mensal, de 2,4%. O declínio também foi verificado em relação a março de 2010, quando as horas trabalhadas mostraram baixa de 0,5%.

A utilização de capacidade instalada passou de 83,4% em fevereiro para 82,4% em março, queda de exatamente 1 ponto percentual. De acordo com a pesquisa, o indicador voltou praticamente ao mesmo nível observado em março do ano passado.

Massa salarial, porém, segue em alta
O indicador dessazonalizado de emprego apresentou queda de 0,1% frente a fevereiro, interrompendo uma sequência de quatro meses seguidos de alta. Em relação ao mesmo período do ano anterior, porém, houve avanço de 3%.

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Contudo, a queda observada em março não foi suficiente para pressionar a massa salarial e o rendimento médio real, que registraram crescimento de 3,7% no mês.  

Comparativamente com março de 2010, a massa salarial avançou 8,1% e o rendimento médio real cresceu 5%.

Setores
Dos 19 setores pesquisados pela CNI, somente oito tiveram variação positiva do faturamento real frente a março de 2010, resultado pior do que o do mês anterior, quando 17 setores avançaram nesse quesito.

A queda no uso de capacidade instalada também confirma a menor atividade entre os setores. Segundo a CNI, 11 segmentos reduziram o uso de capacidade instalada entre março de 2010 e março de 2011, sendo que no mês anterior, apenas cinco segmentos apresentaram redução.

O faturamento real no setor de alimentos passou de um crescimento de 2,2% em fevereiro para uma queda de 5,5% em março, evidenciando uma nítida piora no indicador, influenciada pelo menor número de dias úteis.

O setor têxtil também ficou pressionado, intensificando a deterioração apresentada pela recuperação da crise internacional. O faturamento passou de uma queda de 0,2% em fevereiro para um declínio de 10,3% em março.