
SÃO PAULO – Uma nova acusação de discriminação envolveu a grife norte-americana Abercrombie & Fitch. Após polemizar por não vender roupas G e GG para não atrelar “gordinhas” à marca e proibir funcionários de usarem roupas da cor preta, agora a varejista foi denunciada por uma ex-vendedora muçulmana demitida por se recusar a tirar o hijab, o tradicional véu usado pelas mulheres, durante o expediente.
O caso aconteceu em uma loja em San Mateo, na Califórnia, de acordo com a BBC News. A jovem muçulmana Hani Khan foi contratada em 2010 com o entendimento de que ela poderia usar o véu para trabalhar. Mas, quatro meses depois, a gerente da loja dispensou Hani após se recusar a tirar o véu durante o expediente.
Abercrombie alega que Hani foi demitida porque não se encaixava na “política de apresentação” da empresa e isso poderia afetar as vendas da loja. Mas, o juíz que analisou o caso contesta a informação, já que a varejista não conseguiu provar que ela enfrentou dificuldades nas vendas por ter contratado a funcionária que usa véu por razão religiosa.
A ação, proposta pela Comissão de Igualdade de Direitos de Trabalho dos EUA, agora será julgada em 30 de setembro, na qual um júri vai determinar a punição.
Histórico polêmico
Em maio deste ano, a marca foi alvo de críticas após o CEO da A&F, Mike Jeffries, afirmar que a marca não fabricava mais tamanhos G e GG para não atrelar à marca mulheres acima do peso.
Dois meses depois, a varejista voltou a causar polêmica após Jeffries afirmar ao site Business Insider que proíbe seus funcionários de vestirem com peças da cor preta na sede da empresa, em Ohio, Estados Unidos.
O motivo da aversão à cor vem do próprio CEO, que não esconde da empresa seu “ódio” pela cor. “A administração diz aos funcionários que Mike odeia a cor, por isso, não recomenda que eles devam usá-la durante o expediente”, disse um funcionário ao site, que quis manter o anonimato.