Egocêntricos são bem vistos no mercado de trabalho, mas correm riscos!

Num primeiro momento, empresas valorizam suas características; com o passar do tempo, eles passam a incomodar

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – “Diz-se daquele que refere tudo ao próprio eu, tomado como centro de todo o interesse”. É desta forma que o dicionário Aurélio define o egocentrismo, comportamento fácil de ser identificado no ambiente de trabalho e que pode fazer com que o clima organizacional se degrade.

Sabe aquela pessoa que quer atingir apenas as próprias metas, está sempre voltada para si mesma, sempre quer estar à frente de todo mundo e vive dizendo “eu isso, eu aquilo”? Pois é, este é o comportamento típico do egocêntrico no campo profissional. Certamente você já conheceu alguém assim, pois, por mais incrível que pareça, ele é comum.

Eles estão em todas as posições

De acordo com David Carlessi, consultor do IDORT-SP e especialista em clima organizacional, os profissionais egocêntricos podem estar em todos os níveis hierárquicos, mas eles influenciam mais em níveis mais altos. “Quando está na liderança, ele gera medo, não dá espaço para os outros crescerem, as idéias mais importantes são as dele e os erros são sempre dos outros”, explicou. O resultado: a organização serve a ele e não ele à organização.

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Por outro lado, na função de um membro da equipe, ele pode criar conflito com a liderança, porque quer se sobressair. “É importante querer ganhar destaque. O marketing pessoal é bem-visto, mas quando a pessoa acaba caindo no egocentrismo, se atrapalha”, explica Carlessi.

O lado ruim

Por se considerar “acima do bem e do mal”, o egocêntrico acaba sendo agressivo. O ambiente de trabalho, por sua vez, não se torna tão saudável, em função dos conflitos que pode gerar, do mal-estar.

Este tipo de pessoa acaba causando repúdio nos colegas. “Isso é uma coisa interessante, porque as pessoas se afastam do egocêntrico. E de certa foma, quando têm a oportunidade, elas se vingam. Ninguém avisa que ele pode quebrar a cara”, explicou Carlessi.

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Apesar de o comportamento não ser o mais ético, levanta uma questão importante: qual seria a melhor forma de comunicar ao egocêntrico que ele está atrapalhando, sem piorar a situação? Durante o processo de feedback. É neste momento que devem ser colocados os lados positivo e negativo das atitudes do funcionário. Quando é com um líder, se torna interessante o apoio de um coaching.

As empresas o querem, num primeiro momento

De acordo com Carlessi, normalmente, este comportamento egocêntrico só é identificado no médio prazo. A princípio, as organizações contratam esses profissionais e o querem: ele é impulsionador, faz tudo, consegue ter resultados e é sempre notado. “É a ironia do egocentrismo”, diz Carlessi.

Passado o tempo, ele começa a incomodar. Isso porque, hoje, o que as empresas precisam é de equilíbrio entre ‘eu e nosso’, afinal, ninguém trabalha sozinho e todos precisamos de uma equipe. Dependemos dos outros.

O comportamento

Segundo Carlessi, do ponto de vista psicológico, o egocentrismo é uma ferramenta de defesa, de uma pessoa que tem um nível ruim de auto-estima e confiança. “É bom ter um nível controlado de auto-estima, que fortaleça a pessoa, mas que não exalte o ego”, ponderou.