Currículo perfeito: como otimizar o seu CV para algoritmos e softwares de inteligência artificial

No Carreiras do Mercado, o convidado é Lucas Mendes, cofundador da Revelo, uma plataforma que conecta profissionais e empresas com a inteligência artificial    

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Uma pesquisa feita pela Amcham Brasil (Câmara Americana de Comércio) em fevereiro aponta que aproximadamente metade das empresas brasileiras (51%) tem a intenção de aumentar o quadro de funcionários ao longo deste ano. E um recurso vem se tornando cada vez mais popular na hora da contratação: o uso de algoritmo e da inteligência artificial para selecionar os melhores currículos. 

Na edição de maio do programa Carreiras do Mercado, o convidado é Lucas Mendes, cofundador da Revelo, uma plataforma online que auxilia o recrutador a encontrar os profissionais mais adequados para a respectiva vaga com a ajuda de inteligência artificial. Clique no vídeo acima para assistir ao programa na íntegra.

Como conquistar o recrutador, ops, o algoritmo

Na prática, a Revelo conecta profissionais aos empregadores. O usuário se cadastra na plataforma e adiciona seu currículo, além de informar pretensão salarial, empresas que gosta, plano de carreira que espera, se quer ser gestor ou empregado, entre outras definições.  

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Assim, um algoritmo criado pela Revelo faz uma pré-seleção dos candidatos que ficarão disponíveis para as empresas fazerem as entrevistas. Mendes conta que algo entre 5% e 10% dos usuários que se cadastram são aprovados.

“Nosso objetivo é procurar alinhamento entre o que o candidato tem como experiência, perfil, certificações e o que está em demanda”, diz. A ideia ao fazer essa seleção via algoritmo é agilizar uma etapa para a empresa.

Mas de qualquer maneira o “divisor de águas” é o currículo. Por isso, Mendes compartilhou algumas dicas para que os profissionais possam montar um CV adequado e atrativo para serem selecionados pelo algoritmo. Confira: 

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1. Alinhamento

A principal dica é o alinhamento do que o profissional quer e do que ele coloca no CV. “Não adianta encaixar o redondo no quadrado. Não adianta estar pronto para um percurso profissional, se você tenta se candidatar para uma carreira diferente. O algoritmo rejeita esse tipo de inconsistência”, afirma.

Por isso, ao preencher a plataforma, o candidato deve informar suas pretensões de carreira e salários de acordo com a trajetória. 

Para evitar esse tipo de problema, o profissional deve, entre as experiências que teve, ressaltar as mais relevantes para a vaga a que está pleiteando.  

2. Resultados

Além disso, é preciso deixar claro os resultados obtidos. “Sempre deixe bem explícito o que você alcançou na empresa durante o período que você ficou por lá”, diz.

Aqui você pode explicar com as próprias palavras quais foram seus feitos dentro da empresa, como agiu ou como gerenciou determinadas situações, como solucionou um problema ou superou um desafio.

3. Tamanho condizente

Segundo ele, ainda, é preciso desfazer um mito: o tamanho do CV. “Um currículo conciso não é prioridade [para o algoritmo]. As máquinas absorvem muito mais informações. Por isso, quanto mais detalhes e informações [sempre alinhadas à vaga] o documento tiver, melhor”, afirmou.

Ou seja, o profissional pode equilibrar um CV atrativo e alinhado com o que quer, se alongando mais nas suas experiências e nas suas habilidades – hard e soft skills.

4. LinkedIn completo

Ainda, o algoritmo da Revelo e de outras empresas que trabalham com inteligência artificial no recrutamento vasculham também o LinkedIn do candidato. Por isso, um perfil bem organizado chama mais a atenção.

“O LinkedIn funciona como infraestrutura de dados para todas as empresas de recrutamento. Aqui as regras são as mesmas do CV. Deixe as informações sobre cada experiência que teve bem explicadas e organizadas no perfil. Destaque certificações e outros tipos de diferenciais”, diz.

Mendes afirma que uma boa dica é sempre deixar “linkado” o nome da empresa que trabalha ou trabalhou ao seu respectivo site oficial. Dá mais credibilidade. “Por exemplo, se você trabalha no InfoMoney, garanta que o nome da empresa esteja conectado ao site. É muito mais fácil para o algoritmo puxar dados da empresa, por exemplo”.

Eficiência

Para Mendes o principal valor da empresa é a eficiência na hora da entrega para os seus clientes que são as empresas que buscam profissionais. “O tempo médio de fechamento de vaga para carreiras difíceis como em finanças, tecnologia por meio de uma consultoria é de 70 dias. Nós entregamos em 14 dias”, afirma.

Segundo ele, a empresa faz isso empoderando o recrutador para focar no que realmente é importante e estratégico. “Então toda parte de análise de perfil e seleção de skills, a parte operacional, fica por nossa conta e a empresa foca no fit cultural e no que é essencial na entrevista presencial”.

Currículo cego: mais diversidade

Outro tópico abordado foi a possibilidade de usar o currículo cego – um CV sem as informações pessoais do profissional.

“Começamos olhar os dados e encontramos uma desigualdade salarial. Mulheres ganham menos em diferentes carreiras, mesmo com o mesmo nível de senioridade. O primeiro passo é expor esses dados. Depois queremos a ajudar o recrutador a não ser vítima do seu próprio viés. Por isso, estamos trabalhando para que no futuro tenhamos um sistema de currículo cego na tentativa de reduzir a desigualdade na plataforma”, afirmou Mendes.  

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.