Edir Macedo é bilionário devido a doações de fiéis, diz Bloomberg Businessweek

A reportagem destaca a importância que a Igreja Universal dá ao pagamento do dízimo

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – Uma reportagem publicada pela Bloomberg Businessweek afirma que as doações de fiéis deixaram o bipo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, bilionário. Ele é apresentado como homem franzino, de cabelos grisalhos e dedos deformados que tem mais de 5 milhões de seguidores.

O veículo explica que a denominação evangélica da Igreja do bispo é focada na teologia da prosperidade, que associa a fé ao sucesso financeiro. Ele anda pelo púlpito da Igreja explicando a ligação entre Deus e dinheiro. E completa dizendo que nos ensinamentos de Macedo a doação de 10% da renda á igreja, o conhecido dízimo, é um mandado de Deus. “O dízimo é você no altar de Deus, assim como Jesus foi o dízimo de Deus para a humanidade.”

A teoria da prosperidade, acrescenta a Bloomberg Businessweek, chamou a atenção do Ministério Público Federal em São Paulo. O procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira afirma que a promessa que Macedo faz de riqueza configura fraude. Em um inquérito de 2009 que só está sendo julgado agora, ele acusa Macedo e três pessoas do alto escalão da igreja de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

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“Os pregadores valem-se da fé, do desespero ou da ambição dos fiéis para lhes venderem a ideia de que Deus e Jesus Cristo olham apenas para os que contribuem financeiramente com a igreja”, escreveu Oliveira em uma denúncia. Na descrição dele, a Universal traz mais fortuna a seus líderes do que a seus fiéis.

Record
A reportagem destaca ainda os veículos de comunicação comandados pelo bispo, a Record, Record News, algumas estações de rádio, três jornais, uma produtora de filmes além de canais de TV a cabo e por satélite espalhados pelo mundo. Macedo comprou a Record em 1989 por US$ 45 milhões.

A transação levou a uma investigação da Receita Federal, que descobriu que ele usou empréstimos sem juros da Universal e multou Macedo por não declarar os empréstimos como renda. O bispo alegou que comprou a Record em nome da igreja para criar a primeira rede de televisão evangélica do País. O argumento não convenceu a Receita, e em 1997, levou os promotores a moverem processo para tentar revogar a concessão da Record, uma vez que a Constituição proíbe instituições religiosas de serem donas de estações de rádio ou televisão.

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Em um dos depoimentos durante o processo, Macedo reconheceu que tinha usado empréstimos da Universal, mudando sua posição para declarar que de fato comprou a Record para ele mesmo. O caso se arrastou por mais de uma década, mas em 2011 o juiz federal Leonel Ferreira decidiu a favor de Macedo.

Em 2011, a Record teve receita bruta de R$ 2,2 bilhões, sendo que uma boa quantia foi oriunda da Universal. “A igreja compra até seis horas de tempo no ar todo dia, quase sempre após a meia-noite, quando há pouco interesse dos anunciantes. Durante os horários mais lucrativos para a Record, a igreja transmite os sermões em outros canais.”

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