Dono de rede de idiomas com 70 mil alunos relembra de quando perdeu tudo: “eu não queria sair de casa”

A United Idiomas possui 24 unidades e já formou mais de 70 mil alunos

Mariangela Castro

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SÃO PAULO – Edgar Barnabé já trabalhou com instalações hidráulicas, foi dono de uma imobiliária e perdeu todo o seu dinheiro com o congelamento de obras públicas. Após ter de adiar seu casamento e vender todos os seus bens, recomeçou do zero e fundou uma rede de ensino de inglês voltada para adultos que hoje possui 24 unidades e já formou 70 mil alunos.

A United Idiomas surgiu em 2008 e hoje possui mais de 10 anos de sucesso no mercado educacional, faturando R$ 12,6 milhões em 2018. Para 2019, está previsto faturamento de R$ 16,7 milhões e abertura de 10 a 15 novas unidades

“Tudo começou comigo trabalhando na lanchonete do meu pai. Ao mesmo tempo, eu servia ao serviço militar e fazia faculdade de economia à noite.”, conta Bernabe ao InfoMoney. Naquela época, ele e um amigo decidiram montar juntos uma empresa que prestava serviços de hidráulica.

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“Era como uma empreiteira de obras, no começo nós mesmos fazíamos os serviços mas, conforme crescíamos, contratamos novas pessoas, até que abrimos uma imobiliária.”

Em 1992, Edgar tinha 25 anos. Ele e seu amigo estavam construindo 3 conjuntos habitacionais no Paraná com mais de 200 casas populares. Inesperadamente, o governo paralisou todas as obras do estado. “Do dia pra noite, as construtoras que contratavam nossos serviços não nos pagaram mais nada. E por isso eu também não tinha como pagar meus funcionários”, relembra.

Mesmo vendendo tudo que possuía, inclusive o carro de seu pai, e adiando seu casamento, Edgar não conseguiu dinheiro suficiente para quitar as dívidas, que alcançaram a cifra de R$ 500 mil.

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O empresário relata esse período como “muito traumático”, alguns ex-funcionários ficavam na porta de sua casa exigindo pagamento. “Eu não queria sair do quarto, não queria ver ninguém. Meu pai me entregou a chave do carro dele para eu vender e meus irmãos deram tudo o que podiam.”

Depois de meses nessa situação, sua mãe o convenceu a “recomeçar a vida”, conta Edgar. “Ela entrou no meu quarto com os classificados e me disse que eu tinha que buscar alguma coisa para fazer, porque a vida continuava.”

Assim, ele encontrou um anúncio para trabalhar com vendas em uma escola de inglês, na qual em apenas nove meses alcançou o cargo de gerência.

Depois de um tempo como gerente, um dos sócios da empresa passou por problemas pessoais e teve que sair de Maringá, convidando Edgar para assumir sua parte na sociedade.

“No final, éramos 3 sócios. A diferença é que não abríamos franquias para terceiros, e sim para nós mesmos.”

Anos mais tarde, em 2008, um dos sócios com quem trabalhava decidiu sair do negócio para abrir sua própria rede de Idiomas. Aproveitando o momento, Bernabé também decidiu fundar uma própria marca de escolas de inglês, ao lado de seu cunhado Eduardo Marani. Assim surgiu a United Idiomas, a partir de R$ 2 milhões que o empreendedor conseguiu ao vender sua parte na empresa anterior. 

As primeiras unidades foram inauguradas em São Paulo, depois a rede de franquias se estendeu para Goiânia e Brasília. “Conforme os funcionários cresciam dentro do negócio, eles queriam virar franqueados. Alguns já possuem 4 escolas.”

Em 2018, a SMZTO Holding de Franquias, empresa responsável pela gestão e expansão de marcas de franquias, com mais de 1.200 unidades no país, iniciou uma parceria com a United após enxergar na rede uma oportunidade de acelerar o crescimento. 

Nos próximos três anos, a United pretende chegar a marca de 200 escolas. Hoje, suas 24 unidades estão espalhadas entre São Paulo, Brasília e Curitiba. “Temos um trabalho de marketing muito forte e, quando uma nova franquia é aberta, oferecemos todo o treinamento.”

Segundo Edgar, o principal conselho para que um empreendedor não tenha a preocupação de perder tudo é não depender de terceiros, como de empreiteiras ou construtoras. “Quando fundei a United, eu só dependia de mim e da minha força de vontade. Quando você depende de terceiros tudo é mais difícil e muito arriscado, como a experiência que tive na empreiteira onde dependia das construtoras e do governo..”

Para ele, o mais importante na carreira empreendedora é não desistir e sempre correr em busca de resultados. “Se a cada dificuldade você se sentir derrotado, nunca vai chegar em lugar nenhum. Quem tem perfil empreendedor não pode desistir, tem que continuar lutando e uma hora as coisas dão certo.”

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