Diretores financeiros com experiência internacional ganham mais

Pesquisa mostra que 58% dos CFOs brasileiros já tiveram alguma vivência internacional, índice próximo ao europeu e maior que dos EUA

Luiza Belloni Veronesi

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SÃO PAULO – Um levantamento internacional realizado pela Michael Page comprova o que muitos executivos já sabiam: experiência internacional influencia diretamente na remuneração da maioria dos diretores financeiros ou CFOs (Chief Financial Officer). A pesquisa constatou que entre estes profissionais com remuneração anual superior a R$ 510 mil, 74% já exerceram atividade profissional fora de seu País de origem. Já entre os CFOs que recebem salário anual abaixo de R$ 160 mil/ano, o índice dos que já trabalharam em outro País baixou para 40%.

O estudo ainda revela que existe uma relação entre experiência internacional e o porte da empresa. Entre as empresas com mais de 5 mil empregados, cerca de 70% dos diretores financeiros trabalharam em outro País. Já nas empresas com menos de mil profissionais, o percentual dos que atuaram foram em algum momento da carreira é de 59%.

Para o diretor da Michael Page, João Marco, a abertura da economia brasileira nos últimos 20 anos e o fato do inglês não ser nosso idioma nativo influenciam para os diretores financeiros brasileiros aceitarem propostas de outros países. “A experiência internacional é supervalorizada pelas companhias brasileiras e é determinante para remuneração, porte da empresa e nível de internacionalização que o executivo almeja para sua carreira”, afirma.

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Segundo João Marco, muitas empresas transferem seus profissionas para outros paóses para depois, quando voltarem, assumir um cargo melhor. Porém, no Brasil, muitos profissionais têm mostrado resistência por esse tipo de transferência, dado o bom momento da economia brasileira e a instabilidade econômica de outros países.

Região
A pesquisa também mostra as regiões com maior volume de CFOs com vivência internacional. A Europa tem a maior concentração destes profissionais, representando 60% deles. Em seguida, aparece a América do Sul, com 57% e os Estados Unidos, com 50%.

O levantamento ainda mostra que 58% dos diretores financeiros brasileiros já tiveram alguma vivência internacional, índice próximo ao europeu e superior ao dos profissionais norte-americanos.