Diminui troca de CEOs entre as maiores empresas de capital aberto do mundo

Segundo o 11º estudo anual da Booz & Company, 11,6% dos CEOs das 2.500 maiores corporações foram trocados

Tércio Saccol

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SÃO PAULO – O ano passado teve a maior queda na troca de CEOs (Chief Executive Officer) entre as 2.500 maiores empresas de capital aberto do mundo. Segundo o 11º estudo anual da Booz & Company, 11,6% dos CEOs das corporações analisadas foram trocados, uma queda anual de 19% na comparação com 2009.

Segundo análise da Booz & Company, as empresas com sede em mercados emergentes já representam um quarto das principais do mundo e isso exerce influência significativa nas taxas de sucessão, principalmente em função de suas estruturas de governança e ao seu ritmo rápido de crescimento.

O que também contribui para a longevidade maior registrada em 2010 é o quanto os CEOs estão envolvidos na decisão operacional: “CEOs que estão mais envolvidos na operação tendem a sair do cargo mais rápido”, afirma a Booz & Company.

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A taxa de CEOs forçados a deixar seus cargos chegou a 2,2% em 2010 – é a menor taxa de demissões de executivos-chefes desde 2001. As saídas planejadas estão em 7,7%.

Economias asiáticas
Entre as conclusões do estudo, estão que as economias asiáticas estão se tornando o novo centro gravitacional das empresas no mundo. A China, o Japão e o restante da Ásia compõem o maior bloco das principais empresas de capital aberto do mundo, com 895 companhias, contra 722 empresas norte-americanas e 618 companhias europeias. O número de companhias entre as 2.500 principais que estão localizadas nos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) cresceu 24% ao ano, em média, desde o ano 2000.

Segundo o levantamento, os chamados “CEOs insiders” – que vieram de dentro da empresa – são dominantes. Os CEOs promovidos dentro da empresa geralmente produzem retornos melhores para os acionistas, e esta diferença aumentou no ano passado, quando os CEOs insiders geraram um total de retorno aos acionistas de 4,6% em uma base ajustada regionalmente, comparada a 0,1% produzido por CEOs que vieram de fora.

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Os insiders também saíram de seus cargos após uma média de 7,1 anos, contra 4,3 anos dos outsiders. Entre os 291 CEOs que deixaram seus cargos no ano passado, 81% eram insiders quando assumiram a posição de chefia.

Em geral, os mandatos dos CEOs foram, em média, 18 meses mais curtos em 2010 (6,6 anos), se comparados aos mandatos de uma década atrás (8,1 anos). E a duração dos mandatos planejados, aqueles em que o CEO sai em uma data predefinida em acordo com o conselho, caiu para 7 anos nos últimos dez anos.

Modelos de gerenciamento
O relatório analisa quatro modelos de gerenciamento corporativo, definidos pela forma como o núcleo corporativo envolve-se com o resto da empresa: empresa holding (mínimo de gerenciamento operacional, atua como gestora de portfólio), empresa de gerenciamento estratégico (oferece orientação estratégica para seus negócios locais, mas não supervisiona decisão operacional), empresa de gerenciamento ativo (compartilha responsabilidade com unidades de negócios) e empresa envolvida operacionalmente (define a estratégia e se envolve na tomada de decisão operacional).

Estes quatro modelos de gestão corporativa influenciam claramente a experiência do CEO no cargo, de acordo com a Booz & Company. Os CEOs de empresas envolvidas operacionalmente permanecem no cargo 4,9 anos em média, 25% menos que os das empresas holding altamente diversificadas (média de 6,5 anos).

Segundo os dados, os CEOs que se envolvem com o aspecto operacional têm mais chances de sair nos primeiros quatro anos do seu mandato que os CEOs de empresas holding, a uma taxa de 36% e 17%, respectivamente.

O estudo também conclui que o setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis teve o mais alto índice de turnover de CEOs em 2010, a uma taxa de 16,3%. Em seguida, aparecem Materiais Básicos e Telecomunicações, com 14,8% e 13,9%, respectivamente.

As empresas de Petróleo, Gás e Biocombustíveis também tiveram a taxa de turnover forçado mais alta entre os setores estudados, de 6,2%, um aumento drástico com relação a 2009. Os CEOs de Serviços de Saúde também foram dispensados a uma taxa mais alta que no ano anterior – de apenas 0,6% em 2009 a 4,2% no ano passado.