Dilema: trabalhar em multinacional ou empresa familiar?

Trabalhar em uma empresa familiar não significa colaborar com uma companhia de fundo de quintal

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – As multinacionais permeiam os sonhos e o imaginário de muitos profissionais. Benefícios diferenciados, salários altos, crescimento na carreira. Dizem que essas grandes empresas garantem tudo isso. Não por acaso, quando se fala em trabalhar em empresas familiares, as pessoas torcem o nariz.

Mas trabalhar em uma empresa familiar não significa colaborar com uma companhia de fundo de quintal. Muito pelo contrário, nas economias capitalistas, a maioria dessas empresas se iniciam com as idéias, o empenho e o investimento de seus empreendedores e parentes, chegando a altos patamares no cenário mundial, de acordo o consultor de empresas familiares e diretor da Societàs Consultoria, Pedro Podboi Adachi.

“O preconceito com as empresas familiares remonta à imagem construída sobre este tipo de organização, fortemente associada a um negócio pequeno, administrado apenas pela família, muitas vezes fadado ao insucesso e sem qualquer possibilidade de crescimento profissional das pessoas que não sejam parentes”, diz. Mas a imagem está equivocada.

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A verdade sobre empresas familiares

Algumas pesquisas internacionais apontam que as sociedades familiares constituem mais de 90% das empresas em operação no mundo, outras mostram um percentual um pouco menor: 60%. Seja como for, a predominância das empresas familiares no mundo corporativo é incontestável.

Adachi explica que as organizações familiares movem a máquina da economia mundial. “Se perguntar para uma turma de universitários onde eles querem trabalhar, a maioria prefere uma grande empresa multinacional. Infelizmente, eles não sabem que eliminando as ONGs e as empresas públicas, o restante são empresas familiares”.

Para se ter uma idéia, Cargill, Wal-Mart, Pão de Açúcar, Gerdau e Votorantim são empresas familiares. A maior instituição financeira do Brasil foi formada pela fusão de duas empresas familiares: o Itaú e o Unibanco. “Não faltam exemplos de empresas nacionais cuja existência em si eleva a importância desse tema”, afirma o consultor.

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Vantagens das empresas com sobrenome

Oportunidades de trabalho em uma empresa familiar podem ser interessantes, ainda que o empreendimento seja pequeno. Companhias desse tipo apresentam diversas vantagens competitivas com relação às não familiares.

Entre uma série de vantagens, Adachi destaca a agilidade na tomada de decisões; o respeito e a influência perante a comunidade; a disposição dos familiares em investir o próprio capital ou oferecer garantias pessoais para levantas recursos; colaboradores leais e obedientes, entre outros.

“Não percebendo essas vantagens, muitos universitários, ao torcerem o nariz para empresas familiares, acabam restringindo suas opções para multinacionais, e decidem ingressar em organizações como Ford, Henkel, Lego, Barilla, Bombardier, Danone, Cemex, Michelin, C&A, Heineken, Marriot, LG, dentre outras. O que poucos sabem é que todas essas organizações são exemplos de empresas familiares, porém com a família controladora situada fora do Brasil”, finaliza Adachi, que define como empresa familiar toda organização na qual uma ou poucas famílias concentram o poder de decisão.