Diferenças salariais podem ser explicadas por habilidades pessoais

De acordo com pesquisa, mais que escolaridade, idade ou gênero, características pessoais influenciam nestas disparidades

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Características como talento, iniciativa e motivação podem não ser valorizadas pelos profissionais. No mercado de trabalho, no entanto, obter essas habilidades pode até significar um aumento de salário, segundo mostrou tese de doutorado defendida pelo economista Ricardo Freguglia na USP (Universidade de São Paulo).

Mais que escolaridade, idade ou gênero, essas características pessoais influenciam na diferença de salário dentro de uma mesma região, setor econômico ou ocupação. Para Freguglia, as explicações até então existentes não eram suficientes para identificar o fenômeno das desigualdades regionais de salário.

Mensurar competências

A partir de então, o economista decidiu incluir características não mensuráveis e calcular o impacto desses fatores nas diferenças salariais em cada estado, setores econômicos e ocupações. Os dados mostraram que iniciativa, talento e motivação explicam 70% das diferenças salariais em âmbito regional, 83% no contexto setorial, e 88%, no ocupacional.

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“Os trabalhadores, quando migram de estado, recebem salários melhores”, disse o economista. Ele ressaltou que a afirmação deixa de ser verdadeira quando as habilidades são filtradas. Em São Paulo e no Distrito Federal, estados com expressivos ganhos salariais decorrentes das habilidades individuais, quando incluem-se as capacidades pessoais, os demais componentes explicativos não se sustentam.

Em São Paulo, a valorização das capacidades é muito alta. “Isso pode estar relacionado com o elevado custo de vida do estado paulista, que gera perdas para os migrantes que vêm de outros estados”.