Diferença entre o menor e o maior salário no Brasil é de 1.714 vezes

Na iniciativa privada, o maior salário verificado foi de R$ 120 mil; em contrapartida, o menor salário foi de R$ 70 mensais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – A diferença entre o menor e o maior salário no Brasil é de 1.714 vezes. A conclusão é do relatório Hierarquia e Desigualdade Salarial na Administração Pública Brasileira, divulgado na quinta-feira (18) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Segundo veiculou a Agência Brasil, na iniciativa privada, o maior salário verificado foi de R$ 120 mil, pago a um dirigente na Região Sudeste. Em contrapartida, o menor salário foi de R$ 70 mensais, recebido por um trabalhador do setor de serviços também na Região Sudeste.

Discrepância

O presidente do Ipea, Márcio Porchmann analisou os números e qualificou como “injustificável” essa desigualdade, uma vez que a diferença máxima verificada nos países em desenvolvimento é de 20 vezes, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

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O estudo teve como base os resultados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2006, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que não consideram a remuneração bruta declarada pelos entrevistados.

Por isso, o presidente do Ipea não soube precisar se estão incluídas as comissões e gratificações, o que poderia elevar ainda mais os maiores salários.

Setor público x setor privado

A diferença de salários no funcionalismo público é de 187 vezes, sendo que a maior remuneração registrada foi de R$ 28 mil e a menor, de R$ 175.

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O estudo analisou os salários em dois segmentos: o “interno”, que engloba empregados com idade entre 25 e 59 anos, com 12 anos de escolaridade e mais de cinco anos de casa; e o “externo” que envolve funcionários com oito anos de escolaridade, menos de cinco anos de casa e faixa etária também entre 25 e 59 anos.

O salário médio do trabalhador do setor privado no segmento “interno”, segundo a pesquisa, é 13,8% superior ao do setor público. Já no segmento “externo”, a diferença é de 14,9%.

Ao verificar isso, Porchmann rebateu críticas de que o setor público gasta muito com a folha de pessoal. “Se considerarmos a prática do setor privado, verificaremos que não se trata de uma má gestão do setor público”, afirmou.

Despesa com pessoal

O estudo revela ainda que o custo com pessoal na administração pública cresceria em 8,7%, que seria a diferença da remuneração média dos ocupados do setor privado em relação aos servidores.

Porchmann afirma que a despesa com pessoal não tem crescido de maneira a ampliar a carga tributária. “Temos outras despesas crescendo mais, como custeio e pagamento de juros”, esclarece o presidente do Ipea.