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SÃO PAULO – As negociações salariais feitas no ano passado apresentaram os melhores resultados desde 1996. Isso porque 85,7% delas conseguiram reajustes acima dos índices de inflação, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira (22) pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos). O recorde anterior, de 71,7%, foi obtido em 2005.
Além disso, o percentual de negociações que garantiram aumentos inferiores à inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) caiu consideravelmente: de 12% em 2005 para 3,7% em 2006. Dez anos antes, elas representavam 44,2% do total.
Índice dos reajustes
Conforme apurou o Dieese, 28% das 656 negociações analisadas resultaram em reajustes salarias de 1,01% a 2% acima da inflação e apenas 2,1% garantiram aumentos acima de 5% do INPC. Na tabela a seguir é possível verificar todos os percentuais de reajustes:
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Quantidade de negociações | Participação no total | Percentual de reajuste |
14 | 2,1% | mais de 5% acima da inflação |
17 | 2,6% | de 4,01% a 5% acima da inflação |
45 | 6,9% | de 3,01% a 4% acima da inflação |
132 | 20,1% | de 2,01% a 3% acima da inflação |
184 | 28% | de 1,01% a 2% acima da inflação |
170 | 25,9% | de 0,01% a 1% acima da inflação |
70 | 10,7% | igual à inflação |
24 | 3,7% | de 0,01% a 1% abaixo da inflação |
656 | 100% | – |
Fonte: Dieese
Melhores negociações no Nordeste
Ainda de acordo com a pesquisa, a região brasileira onde houve a maior incidência de negociações salariais que conquistaram reajustes acima da inflação foi o Nordeste (88,5%). Na seqüência vieram Norte (87,5%), Sudeste (85,2%), Sul (85,1%) e Centro-Oeste (78%).
Da mesma maneira, o Nordeste apresentou o menor percentual de negociações que resultaram em aumentos salariais menores que o INPC: 1,6%. As demais posições foram ocupadas, respectivamente, pelo Sudeste (3%), Sul (4,6%), Norte (5%) e Centro-Oeste (8%).
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Destaque para o Comércio
Entre os setores da economia analisados, o que mais teve negociações que resultaram em reajustes acima da inflação no ano passado foi o Comércio, com 90,8%. A Indústria ficou com 89,4% e os Serviços, com 81%.
Por outro lado, o segmento de Serviços apresentou 4,3% de negociações que garantiram aumentos salariais abaixo do INPC, contra 3,4% do Comércio e 3% da Indústria.