Dia do médico: não há muitas razões para comemorar, diz Conselho Federal de Medicina

Os profissionais estão sobrecarregados em suas atividades diárias, aumentando as chances de cometerem erros

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – O Dia do Médico é comemorado nesta segunda-feira (18). A profissão, que é uma das mais disputadas entre os vestibulandos brasileiros, está passando por um momento difícil. É o que afirma o primeiro secretário do CFM (Conselho Federal de Medicina), Desiré Carlos Callegari.

Ele declara que os profissionais estão sobrecarregados em suas atividades diárias, aumentando as chances de cometerem erros, o que leva à punição ética e judicial. “Os médicos estão com suas tarefas duplicadas. Isso leva ao estresse e a chance de errar nesta situação é muito grande”, diz.

Os profissionais também estão descontentes com a sua remuneração. De acordo com o CFM, nos últimos anos, as empresas de convênios de saúde praticaram um aumento de 140% para os usuários, enquanto para os médicos a porcentagem foi de 60%. 

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Callegari afirma ainda que, no setor público, um profissional recebe entre R$ 1 mil e R$ 1,2 mil por 20 horas de trabalho. Além disso, há falta de oportunidades de carreira. “Os hospitais da rede pública não oferecem boas condições de trabalho aos médicos”, afirma Callegari.

Hospitais públicos
A situação destes hospitais também foi criticada pelo senador Papaléo Paes (PSDB-AP). Segundo a Agência Senado, ele declarou que os pacientes e seus acompanhantes se mostram irritados e frustrados com os médicos quando não são atendidos.

No entanto, acrescenta o senador, “os médicos e os enfermeiros não são culpados; eles também são vítimas neste caso”. Paes critica ainda a má distribuição de médicos no País e lamenta que as autoridades não tenham encontrado uma medida para evitar que isto ocorra.

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Os médicos não querem trabalhar em cidades menores não apenas por causa dos baixos salários, mas também pelas condições de trabalho, incluindo a falta de equipamentos, de materiais e até a ausência de laboratórios, além de reduzido número de enfermeiros e outros profissionais da área.

Sobre a profissão
O Brasil tem 357 mil médicos, a proporção é de um profissional para cada 540 habitantes. Este número é superior ao mínimo recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de um médico para mil habitantes. Cerca de 80% a 85% dos médicos continuam atuando depois de dez anos.

“Eu acredito em um futuro otimista para a profissão. Mesmo com todas as dificuldades, os médicos continuam atuando por vocação”, finaliza Callegari.