Dia da Consciência Negra: negros com nível superior são 3,9% da PEA em SP

Levantamento do Dieese mostra que desemprego entre os negros é maior, além de seu rendimento ser menor

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – De acordo com um estudo divulgado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) na última semana, os negros e pardos com ensino superior completo, representam 3,9% da população economicamente ativa (PEA) do estado de São Paulo, o mais rico do país.

Em percentual, o Distrito Federal (11,9%) apresenta a maior porcentagem de negros na PEA com essa formação escolar, seguido de Salvador (7,5%), Belo Horizonte (6,9%), Recife (6,2%) e Porto Alegre (3,2%).

Desemprego mais elevado entre os negros

Quanto ao desemprego, observa-se que ele é sistematicamente mais elevado entre a população negra, qualquer que seja o nível de escolaridade analisado.

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As taxas de desemprego entre os negros chegam a ser 46% mais altas que a dos não-negros, em Porto Alegre, e, mesmo na Região Metropolitana de Recife, onde se encontra a menor diferença, ela é ainda 17,9% superior à dos não-negros.

Situação vulnerável

Ainda segundo o levantamento, que revela que os negros correspondem a 45% da população brasileira, a parcela dos que se inserem no mercado de trabalho em situação vulnerável (assalariados sem carteira assinada, autônomos para o público, trabalhadores familiares não-remunerados ou empregados domésticos) é maior do que entre os não-negros.

Em Belo Horizonte, os percentuais são de 35,4% para os negros e 26,4% para os não-negros. No Distrito Federal, 34,3% e 25,8%; em Porto Alegre, 36,4% e 27,5%; em Recife, 41,2% e 33,4%; em Salvador, 40,5% e 24,4%; e em São Paulo, 38,7% e 28,8%.

Rendimentos inferiores

O rendimento dos negros é menor do que o dos não-negros, sendo que a cidade de Salvador apresenta a maior disparidade. Nessa localidade, o rendimento mensal dos negros é de R$ 715, o que representa 52,9% do rendimento médio dos brancos, de R$ 1.350.

Em São Paulo, a diferença média de salário entre um negro com ensino superior completo para um não-negro com o mesmo grau de escolarização é de R$ 1.067. A menor discrepância, considerando a mesma situação, está em Belo Horizonte, com R$ 329.

Sobre o estudo

Por conta da comemoração do Dia da Consciência Negra, que ocorrerá na próxima terça-feira (20), o Dieese lançou um trabalho, elaborado a partir dos dados das Pesquisas de Emprego e Desemprego realizada pelo convênio Dieese, Seade, MTE, com instituições e governos locais em cinco regiões metropolitanas e no Distrito Federal.