Desemprego feminino cai com mais intensidade do que o masculino em SP, diz Dieese

Boletim elaborado em função do Dia Internacional da Mulher revela que taxa de desemprego delas caiu 2 pontos no último ano

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – A taxa de desemprego das mulheres, tradicionalmente mais alta que a dos homens, manteve-se em declínio nos últimos anos, refletindo o crescimento não só da economia, mas também do nível ocupacional. Os dados fazem parte do boletim Mulher & Trabalho nº 23, elaborado pela Fundação Seade e pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), e foram divulgados nesta terça-feira (6).

De acordo com o estudo, apenas entre 2010 e 2011, a taxa de desemprego total da população feminina chegou a cair 2,2 pontos percentuais na Região Metropolitana de São Paulo, passando de 14,7% para 12,5% no período. Como comparativo, basta saber que entre os homens tal queda foi de 0,9 p.p., – a taxa passou de 9,5%, para 8,6% no mesmo período.

“Tal comportamento parece refletir o fato de o crescimento do emprego ter sido mais acentuado entre as mulheres (2,5%) do que entre os homens (1,5%)”, detalha o estudo.

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Índices de ocupação
Já entre os setores que tiveram um papel importante na absorção de mão de obra feminina, o de serviços e o de comércio foram os que mais se destacaram. O primeiro foi responsável por um crescimento de 4,6%, enquanto que o segundo respondeu por uma alta de 4,2% das ocupações.

O segmento dos serviços domésticos, tradicional nicho de emprego das mulheres, tem perdido importância relativa nos últimos anos, registrando uma queda de 4,1%. Com isso,  detalha o levantamento, “admite-se que, em momentos de oferta de trabalho maior e mais diversificada, as mulheres se ocupem de atividades de maior prestígio em setores mais estruturados”.

Desta forma, a pesquisa conclui que apenas costumam permanecer atualmente nos serviços domésticos as pessoas de faixas etárias mais elevadas e com menor escolaridade.

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Rendimento em alta
E os rendimentos delas também subiram mais que os deles. Em 2011, por exemplo, o rendimento médio real das mulheres ocupadas na Região Metropolitana de São Paulo atingiu R$ 1.221 e o dos homens, R$ 1.796. Entretanto, como a jornada semanal média de trabalho dos homens (44 horas) é maior do que a das mulheres (39 horas), o rendimento médio real por hora constitui a medida mais apropriada para comparar esses segmentos.

Para as mulheres, tal indicador chegou a R$ 7,32, em 2011, 2,4% a mais do que no ano anterior, ao passo que, para os homens, o valor foi de R$ 9,54, ligeiramente maior (0,4%) do que em 2010.

“Essa diferenciação no ritmo de crescimento dos rendimentos do trabalho recebidos por mulheres e homens aproximou seus respectivos valores, embora o das primeiras ainda corresponda a 76,7% do recebido pelos últimos”, diz o estudo.

A pesquisa
Elaborada em função do Dia Internacional da Mulher, a pesquisa teve como intuito mensurar a situação do mercado de trabalho feminino na Região Metropolitana de São Paulo no último ano.