Desemprego é a principal causa da inadimplência, aponta ACSP

Dos entrevistados, 48% adquiriram dívidas por ter perdido o emprego ou por alguém da família ter ficado desempregado

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – O desemprego foi citado como a principal causa da inadimplência em março deste ano, de acordo com os dados da Pesquisa de Inadimplência, realizada pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) e divulgada nesta segunda-feira (6).

Entre os 703 entrevistados para o estudo, 42% afirmaram que ficaram desempregados e que por isso não conseguiram manter as contas em dia. A falta de controle nos gastos também foi um dos motivos apontados, embora em índice bem menor, 12%.

Comparando com os dados da última pesquisa, realizada em setembro de 2008, o desemprego também liderava como motivo maior da inadimplência, com 46% das respostas dos 618 entrevistados. Frente a março de 2008, quando o desemprego era motivo para 52% dos entrevistados, o índice caiu 10 pontos percentuais.

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O fato de alguém da família ter ficado desempregado também foi apontado como outro motivo para não quitar as dívidas, registrando 6% das respostas, frente a 4% registrados na última pesquisa.

Outras causas

Além do descontrole e do desemprego, 9% das pessoas apontaram como motivo o fato de alguém da família ter adoecido. Terem sido fiadores, avalistas, ou terem “emprestado o nome” a alguém, foi o motivo de 8% dos entrevistados para justificar a inadimplência.

Ter a renda diminuída também foi apontado como fator por 6% das pessoas, além de ter recebido o salário com atraso (4%) e outros motivos (13%).

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Confira abaixo os motivos que levaram as pessoas a ficarem inadimplentes:

Motivo Março de 2008 Março de 2009
Ficou desempregado 52% 42%
Alguém da família ficou desempregado 4% 6%
Doença em família 5% 9%
Descontrole do gasto 13% 12%
Queda de renda 6% 6%
Ter sido fiador ou avalista 13% 8%
Atraso no salário 2% 4%
Outros 5% 13%

O impacto do desemprego poderia ser maior

O desemprego poderia ser apontado como motivo da inadimplência por mais entrevistados. Isso porque, segundo o economista da ACSP, Marcel Solimeo, a pesquisa ainda não reflete o aumento recente do desemprego, pois existe uma defasagem de alguns meses entre a obtenção do crédito e a inadimplência.

De acordo com a ACSP, “é provável que, na próxima pesquisa, em setembro, se possa observar o efeito do aumento do desemprego observado a partir de dezembro sobre a solvência dos consumidores”.