Desempregada e sonhando alto: o que a geração “Nem Nem” quer do mercado de trabalho

Uma pesquisa realizada entre a MindMiners e o CIP entrevistou mais de mil jovens com idade entre 18 e 32 anos

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Os jovens millennials podem ser considerados também parte da chamada geração “Nem Nem”, aponta uma pesquisa realizada pela empresa MindMiners em parceria com o Centro de Inteligência Padrão: dos mil brasileiros com idade entre 18 e 32 anos entrevistados, 34% não estão trabalhando e nem estudando atualmente.

A pesquisa, que entrevistou mais de mil jovens da geração, avaliou quais as percepções desses jovens em relação ao mercado de trabalho, ao estilo de vida que desejam ter e seu comportamento de consumo.

Foi apontado, por exemplo, que um em cada 4 jovens da geração estão desempregados – e que, desse total, 57% estão nesta situação há mais de um ano. Engana-se, entretanto, quem acredita que a causa disso é a exigência desses jovens.

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A maioria mostrou estar flexível quanto às exigências do mercado de trabalho: 68% estão dispostos a aceitar empregos que ofereçam salários melhores, ao mesmo tempo em que 82% consideram oportunidades fora de sua área de formação e outros 45% afirmam estarem dispostos a trabalhar mais de 40 horas semanais.

“Esses jovens estão desempregados e têm suas exigências, mas ao mesmo tempo estão abrindo mão de muitas coisas para conseguirem um emprego. Isso nos faz questionar se de fato eles são jovens que não levam o emprego a sério, como costumamos pensar”, disse Danielle Almeida, gerente de marketing da MindMiners e uma das responsáveis pela pesquisa.

Geração de valores

Uma das exigências das quais os “nem nem” não abrem mão é a ética dentro das empresas, chegando a questionar sobre o papel que elas têm dentro da sociedade: 75% dos jovens discordam que elas estão comprometidas em melhorar o mundo e outros 71% discordam que há respeito com os funcionários.

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Exemplo disso são as respostas dos jovens quando questionados sobre as características do emprego ideal: equidade de salário e direitos entre homens e mulheres, liderança de pessoas jovens e inclusão social. Eles se colocam como pessoas ambientalistas (75%) e que apoiam os direitos das minorias (37%).

“A pesquisa mostrou que eles são jovens muito críticos e idealistas, com valores fortes. Isso explica muito porque eles admiram empresas como o Google, Netflix, Facebok, porque são empresas que valorizam mais seus funcionários, que dão mais oportunidades”, explicou Daniela, fazendo referência a outro ponto da pesquisa: as empresas em que eles mais desejam trabalhar são Google (31%), Apple e Microsfot (3%) e Netflix e Facebook (1%).

Veia empreendedora

Mesmo com o desejo de trabalhar nas gigantes da tecnologia, o desejo da maioria (49%) é de ter seu próprio negócio, o que mostra uma forte tendência da geração para o empreendedorismo.

“Nós sempre vemos o fato de eles serem empreendedores como algo ruim, mas, ao mesmo tempo, isso mostra que eles desejam a oportunidade de construir uma empresa e cultura com todos os valores que acreditam”, disse Daniela. “Por outro lado, acho que vale destacar que eles não têm ideia do quanto é difícil empreender. São muitas outras questões envolvidas”, disse.

O futuro

Para manter o padrão e estilo de vida que desejam, são necessários entre 2 a 10 anos até que alcancem renda suficiente, aponta a pesquisa. Entre os itens fundamentais de compra, foram mencionados uma casa (95%), plano de saúde (88%), smartphone (79%), carro (76%), notebook (71%) e televisão (59%).

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