Descobrir os próprios valores é a chave para a satisfação profissional

"Autoconhecimento é o segredo para a motivação intrínseca, aquela que se auto-alimenta", diz consultor

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Descobrir quais são os próprios valores é a chave da satisfação profissional. “O autoconhecimento é o segredo para a motivação intrínseca, aquela que se auto-alimenta, sem precisar de recompensas”, diz o consultor internacional em desenvolvimento humano e organizacional, Nicolai Cursino.

Formado em engenharia, para justificar a afirmação, Nicolai contou a própria história. Trabalhava em uma grande empresa e sempre começava algo e não terminava, não tinha foco e não sabia realmente do que gostava. “Só seguia o que as pessoas falavam: que era importante ter sucesso, ter dinheiro e ser líder”.

Cansado da situação, começou a se questionar. Resultado: largou tudo e começou a trabalhar com pessoas, por meio de terapia e consultoria. “Tinha a crença de que não conseguiria fazer isso, porque era engenheiro. Depois que descobri meus valores, vi que eu consigo fazer qualquer coisa bem”, afirma.

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Conhecimento e julgamento

De acordo com ele, o conhecimento dos próprios comportamentos pode ser adquirido sozinho, mas está submetido a um julgamento próprio. “Tem sim como a pessoa se autoconhecer sem ajuda. Vai ser por meio de experiências e da observação interna, mas todos temos um outro eu que faz o julgamento das atitudes tomadas”.

“O auto-julgamento é viciado nas crenças, mas não impede que a pessoa melhore”, completa. Ele ainda afirmou que não é a mesma coisa do que outra pessoa apontar quais os padrões de comportamento, porque é o próximo que capta as atitudes inconscientes.

Para que entenda melhor, ele deu o seguinte exemplo: uma pessoa que acha que é tímida vai a uma festa e tem uma multidão disposta a interagir. Ela, porém, terá uma série de comportamentos para acreditarem que é tímida, como não falar muito e com o menor número de pessoas possível. Ela tende a fazer isso e vai sair de lá com a certeza de que é tímida, mesmo tendo conversado com uma pessoa que não conhecia.

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Exercício de se conhecer

Cursino afirmou que existem infinidades de ferramentas e maneiras de se autoconhecer. “As experiências de relacionamentos são ótimas, porque uma situação acontece uma, duas, três vezes e a pessoa se dá conta de que é um padrão de comportamento dela”. Mas essa interação pode esbarrar no julgamento do próximo, que também tem crenças.

O mais indicado, portanto, é fazer uma análise com um especialista. Ele fará uma observação do comportamento: não irá falar que a pessoa está agressiva, mas indicar que elevou o tom de voz.

“O primeiro passo é verificar quais são os padrões de comportamento da pessoa, que ela nunca percebeu antes. Depois, ela deve jogar para o consciente e aí terá condição de fazer uma análise mais imparcial do próprio comportamento, e se autoconhecer”, afirma.

Ajuda no trabalho

Para Cursino, o autoconhecimento ajuda muito no relacionamento com os demais colegas de trabalho. “Ela vai perceber que, se uma pessoa é boa ou ruim, é apenas um julgamento dela e isso já vai modificar muito suas atitudes”.

Depois de analisado o próprio padrão de comportamento, a pessoa tem a possibilidade de mudar. “É uma escolha dela”.