Demora de até um ano para se recolocar gera perda salarial de 13%

Quanto mais o tempo passa, menores ficam as chances de recolocação, segundo revelaram dados do Ipea

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A demora para recolocação no mercado de trabalho gera perda salarial de 13%, conforme revelou um estudo divulgado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Com exceção do grupo de trabalhadores que se reemprega no setor formal em menos de um mês, todos os demais incorrem em perdas salariais. Em média, tem-se uma redução salarial de 13% para um profissional que transita entre dois empregos formais em um espaço de tempo de até um ano, número que se assemelha ao identificado nos Estados Unidos.

Não é apenas a perspectiva de salários que cai à medida que a recolocação demora, mas a probabilidade de reinserção no mercado de trabalho. Para um recém-desligado, essa probabilidade é de 13%, percentual que cai para a metade após dois meses de desemprego.

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Entre três e seis meses, por sua vez, o percentual sobe. De acordo com o estudo, isso é uma provável coincidência com o término ou proximidade do término do pagamento do seguro-desemprego, o que incentiva o profissional a buscar uma recolocação. Para um indivíduo desempregado há um ano, a chance de conseguir voltar ao setor chega a ser inferior a 5%.

Tempo de recolocação

A pesquisa foi realizada com base na Rais (Relação Anual de Informação Social), do Ministério do Trabalho e Emprego. Os dados, coletados de 2000 a 2006, limitaram-se aos desligamentos realizados por profissionais com jornada de trabalho superior a 30 horas, atividade laboral no setor privado não agrícola e regime contratual regido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e por tempo indeterminado.

O procedimento, considerado no estudo “Consequências da perda de um emprego formal no Brasil”, levou a 20,9 milhões de episódios de encerramento de vínculo empregatício entre 2000 e 2006.

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Os dados mostraram que 62% dos trabalhadores conseguem se reempregar no período de até um ano de desemprego, o que representa um número próximo ao dos Estados Unidos, onde é de 65%. Cerca de 13% dos profissionais alcançam uma outra posição em até um mês, proporção que cai para 5% para aqueles que conseguem se reempregar entre dois e três meses.

A partir daí, a probabilidade de reemprego mantém certa estabilidade, até o período entre seis e sete meses, quando é verificada uma queda suave até uma proporção inferior a 2% para aqueles que completam um ano fora do mercado de trabalho formal.