Demissão traumática: é possível se redimir com a empresa?

Situação emocional fica frágil, mas existe a possibilidade de se redimir; difícil mesmo é voltar a trabalhar na empresa!

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A empresa já não o estava estimulando, as pessoas o irritavam a todo o momento e o trabalho não era tão atrativo como anteriormente. Com a relação desgastada, você briga com a empresa e, pior do que isso, é demitido. Diante de uma situação como esta, existe uma maneira de se redimir?

De acordo com o diretor-executivo do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual), Dieter Kelber, depende da dramaticidade da situação. Se foi uma briga muito feia, a imagem do profissional realmente ficou manchada para sempre. Uma discussão mais leve, por outro lado, pode ser contornada.

Ele afirmou que, em ambos os casos, fica uma situação emocional muito frágil, na qual o funcionário sempre perde, mesmo que, mais tarde, ele ganhe na Justiça por questões trabalhistas.

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Como se redimir?

Mesmo que as chances de ter resultados sejam nulas, é importante frisar que ter humildade na vida profissional é uma qualidade bastante prezada. Nem que seja para a situação continuar como está – você demitido -, pode ser interessante se redimir.

“Eu acho que o profissional pode escrever uma carta, dizendo que não guarda mágoas, que errou nesse ponto e etc. Uma carta é melhor do que e-mail, que não pode ser muito longo. Ela deve ser direciona para a chefia, com cópia para o RH ou para a chefia da chefia. A humildade é uma coisa boa e o mundo dá voltas”, afirmou Kelber.

Volta para a empresa

Agora, se a sua intenção não é só se redimir, limpando sua imagem, mas voltar a trabalhar naquela empresa, o diretor-executivo orientou ao profissional que peça ajuda de colegas que ainda estão empregados nela.

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“A primeira coisa que ele tem que fazer é procurar colegas para intermediar a situação. Se você tiver amigos, não vai ser difícil. Se você for “do time”, vai encontrar alguém que acredite em você e ajude. Se você não for “do time”, não adianta pedir nada”, afirmou o especialista, questionado sobre se alguém teria coragem de se intrometer no assunto.

“A única pessoa que pode aceitar o profissional de volta é o chefe e ele só vai fazer isso se estiver convencido de que a pessoa é importante para o time. Então, o time é importante. Ninguém quer tomar uma decisão sozinha. Mas, se dividir com o time, é melhor”, explicou.

Passado muito tempo

De acordo com Kelber, se passou muito tempo e as pessoas na empresa mudaram, pode ser também que o profissional tenha mais chances de voltar a trabalhar nela. “No curto prazo é mais difícil”.

“Quando chega nesse ponto de briga, os motivos ainda podem estar presentes. Ninguém briga à toa. O chefe vai continuar lá e se o funcionário reage de forma destemperada, pode reagir de novo assim. É uma imagem que vai ficar”, finalizou, mostrando a dificuldade de o profissional voltar a trabalhar na empresa.