Defasagem entre faculdade e mercado de trabalho: como driblar isso?

Dinamismo empresarial faz com que faculdades não consigam se adaptar; aluno deve correr atrás do prejuízo

Flávia Furlan Nunes

Publicidade

SÃO PAULO – Por mais que as faculdades corram atrás, existe uma certa defasagem entre o que é ensinado e o que o mercado de trabalho exige, devido ao dinamismo do mundo empresarial. Diante dessa situação, cabe aos alunos agirem de forma a se inteirarem sobre o que está acontecendo em sua área de atuação.

De acordo com o diretor de Projetos da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Vladimir Araújo, o corpo docente é formado, em sua grande maioria, por profissionais que se dedicam exclusivamente à vida acadêmica. Como consequência desse pouco contato com o mundo empresarial, existe um distanciamento de questões atuais.

“O grande problema das universidades em geral é não se adequarem à realidade com a mesma rapidez que o dinamismo das empresas exige. Percebo que existe uma certa letargia por parte de alguns professores em atualizar o plano de aula e ligar a teoria à prática”, explicou Araújo.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Universidades

O professor de sociologia da UnB (Universidade de Brasília), Pedro Demo, concordou, dizendo que as universidades não estão prontas para atender a algumas exigências do mercado. Ele explicou que há um esforço para se adaptar às novidades, mas a maioria dos cursos continuam com o currículo antigo, defasado.

“As condições de aprendizagem são muito antigas, predomina o institucionalismo, a aulinha, a cópia e a reprodução. Hoje, o mercado exige particularmente pessoas que saibam pensar, saibam fazer textos, sejam autores, tenham autonomia. Muitos cursos não tomam conhecimento das novas evoluções do mercado, as questões da globalização e as crises do capitalismo”, disse à Agência Brasil.

O que fazer?

Diante do cenário de defasagem entre sala de aula e mercado de trabalho, qual deve ser a postura dos universitários?

Continua depois da publicidade

Segundo o diretor da Ricardo Xavier, não é difícil de acompanhar as exigências, tendências e sinais evidentes que são dados exaustivamente pelo mercado de trabalho. Basta estar conectado ao mundo, acompanhando o noticiário, e lendo publicações especializadas.

“Como parte integrante deste processo, o aluno também é responsável por esta situação e cabe a ele o compromisso de se manter atualizado e buscar informações além dos muros da universidade”, disse. “Além de estar conectado ao mundo, ele pode levar para ser discutido no âmbito da universidade questões atuais e cases que tenha vivenciado, caso já esteja trabalhando. Isso de alguma forma não só estimulará outros alunos a agirem da mesma forma, como também exigirá dos professores uma atualização constante”, completou.