A trajetória de Wagner Vieira ao topo do mercado financeiro

Conheça a história do dono da BlueTrade, uma das cinco operações mais relevantes da XP Inc., com mais de 4,5 bilhões de reais sob custódia

Stéfani Inouye

Wagner Vieira, fundador da BlueTrade e sócio da XP Inc.

SÃO PAULO – Foi ainda cedo que o jovem Wagner Vieira começou a trabalhar como repositor e empacotador de um mercado familiar de Franca, cidade no interior de São Paulo.

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Na época, quem via o rapaz atendendo os clientes do estabelecimento nem imaginava que, futuramente, ele seria sócio da XP Inc. e dono de um dos maiores escritórios de assessoria de investimentos do grupo, a BlueTrade.

“Eu vim de uma família muito simples. Lembro que quando terminei a quarta série, meu pai, em sua inocência, disse que estava bom e que eu já tinha estudado bastante. Eu poderia ter uma história completamente diferente do que a que eu tenho hoje”, lembra Wagner.

Naquele momento, sua rotina era dividida entre trabalho e estudos. “Era uma rotina puxada, mas eu não reclamava. Meus pais me ensinaram que eu tinha que batalhar para conseguir o que eu queria, e foi isso o que eu fiz”, afirma.

Três anos mais tarde, Wagner decidiu deixar o mercado onde começou sua jornada para trabalhar em uma das lojas da varejista Pernambucanas. No novo emprego, conta que chegou a ser escalado para se tornar o gerente mais jovem que a rede havia tido até então. Também foi lá que conheceu Leone Cabral, que hoje é seu sócio.

Pouco mais tarde e com a ajuda de Leone, Wagner tomou uma decisão ousada que mudou para sempre o rumo de sua carreira.

“Saí da Pernambucanas para entrar como estagiário em um banco, ganhando menos do que eu ganhava na loja. Para muitos, aquilo pareceu loucura, mas eu tinha uma visão de longo prazo e sabia que aquilo seria o melhor para mim”, conta.

Dentro do banco, a carreira de Wagner também avançou rápido, até chegar à posição de gerente de ações da agência em que trabalhava. “Foi ali que eu percebi que gostava de trabalhar com investimentos. O problema era que não existiam cargos acima do meu dentro dessa área. Eu estava estagnado”, recorda.

Uma luz no fim do túnel

Foi então que um amigo de Wagner, que já tinha um escritório de assessoria de investimentos em São Carlos, contou para ele sobre seu negócio, e o incentivou a fazer o mesmo. “Eu lembro certinho dele me contando que estava dando muito certo, e que eu deveria investir nisso também. Convidei o Leone e decidimos arriscar.”

O assessor de investimentos é o profissional responsável por auxiliar as pessoas a investirem melhor seu patrimônio. Na prática, ele estuda o perfil do seu cliente, entende seu estilo de vida e suas metas, e aponta quais investimentos podem ser mais adequados para sua carteira no curto, médio e longo prazo.

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Cientes do desafio que seria e prontos para migrarem de vez para a profissão, Wagner e Leone fizeram as contas, se certificaram e compraram o equipamento necessário para montar seu primeiro escritório.

Foi só em 2007 que a sociedade entre Wagner e Leone nasceu de vez, dando origem ao que mais tarde se tornaria a BlueTrade. Eles fizeram a transição aos poucos, conquistaram uma boa base de clientes e, enfim, o escritório começou a dar lucro.

“Comprei um carro zero e estava feliz da vida. Na época, eu já achava que estava no auge”, conta.

Mas a alegria durou pouco. Seis meses depois, a bolha imobiliária norte-americana estourou, dando início à crise financeira de 2008. Eles tiveram que vender seus carros e repensar todo o modelo de negócio para se adaptar ao novo cenário.

“Não dava para desistir. Tínhamos clientes que dependiam de nós, ou seja, famílias inteiras que contavam com a gente para recuperar o que eles perderam com a queda do mercado. Nós tínhamos que continuar de algum jeito”, lembra Wagner.

Foi só em 2009, com o replanejamento do negócio, que a BlueTrade realmente nasceu. Junto do novo escritório, também surgiu a parceria de operações com a XP Inc..

Aos poucos, o escritório, que antes ocupava uma sala de 25 metros quadrados, cresceu e deu origem a mais outros 6 espalhados pelo Brasil. Wagner, por sua vez, cresceu junto com a empresa e, mais tarde, foi convidado a se tornar sócio da própria XP Inc..

“Foi tudo fruto de muito trabalho. Eu tinha um propósito na minha vida, que é ajudar os brasileiros a investirem melhor. Foi isso que me motivou na época e que até hoje me dá gás para continuar expandindo esse business”, afirma.

Hoje, a BlueTrade contabiliza cerca de 8,2 mil clientes e mais de 4,5 bilhões de reais sob custódia. A expectativa de Wagner, contudo, é que esse número aumente e chegue à marca de 10 bilhões de reais.

Estudioso, o empreendedor conta que nunca parou de se atualizar. Recentemente, cursou o MBA Investimentos e Private Banking, do Infomoney e Xpeed em parceria com o Ibmec, como forma de se manter a par dos movimentos do mercado.

“Foi uma experiência ótima para aprender mais com outros profissionais da área. Hoje, não atuo mais diretamente como assessor, mas lidero uma equipe imensa que está nessa linha de frente, então, preciso estar antenado a tudo”, disse Wagner.

Como chegar lá?

Para quem está começando sua jornada como assessor de investimentos ou pensando em migrar para a área, Wagner aconselha ter resiliência e dedicação.

“Não é só aprender sobre investimentos e saber falar deles. Esse negócio é sobre se conectar com as pessoas e ajudá-las de verdade. O assessor precisa lembrar que é um ser humano e que está lidando com outro ser humano também”, afirma.

Segundo ele, o profissional da área precisa, sim, gostar do mercado financeiro, mas, acima de tudo, precisa ter uma mentalidade de aprendizado contínuo. “O assessor não pode parar de aprender e de querer aprender cada vez mais. Ele precisa buscar se atualizar sempre para estar preparado para qualquer turbulência”, afirma.

Para o futuro da profissão no país, Wagner ainda vê um longo caminho a ser percorrido. “Ainda temos muito espaço para crescer. Se você olha para os EUA, o assessor, que lá é conhecido como financial advisor, é uma das profissões mais respeitadas do mercado e também uma das mais importantes. Aqui, esse mercado ainda está nos seus primeiros passos e tem muito pela frente”, afirma.

“Se tem um conselho que eu daria para quem quer começar amanhã na profissão, esse conselho é ‘comece hoje’, nem que seja apenas pesquisando mais sobre o assunto, mas comece.”

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Stéfani Inouye

Analista de conteúdo do InfoMoney, aborda temas ligados à educação financeira e mercado de ações.