De olho em 2011: um balanço eficaz da carreira ajuda a estabelecer metas futuras

Para quem tem um planejamento de carreira, o balanço ajuda a estabelecer ações. Para quem não tem, ele mostra um caminho

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Quando se pensa no Ano Novo, logo vem aquela vontade de fazer listas de metas e objetivos. Contudo, colocar no papel um balanço deste ano pode ajudar a fazer um planejamento melhor para os dias de 2011. No âmbito profissional, não é diferente. Colocar o que se conseguiu ou não em 2010 ajuda a estabelecer metas futuras e realistas para o desenvolvimento da carreira.

“Aproveitar esse momento para fazer um balanço de carreira é importante sempre e necessário para saber o que eu alcancei neste ano e o que eu preciso fazer para alcançar os objetivos em 2011”, afirma a consultora de Carreira da Career Center Claudia Monari.

Para quem tem um planejamento de carreira definido, o balanço ajuda a estabelecer planos de ação. Para quem não tem, ele dá um norte ao profissional. “Em qualquer situação e momento, é importante que o profissional faça um balanço de sua carreira para que ele tenha uma base para fazer um planejamento que vai direcioná-lo”, acredita a gerente da V2 Recursos Humanos, Andrea Kuzuyama.

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Colocar as informações no papel, porém, não é tarefa das mais simples, pois tendemos a valorizar mais os acertos que os erros, as conquistas que as derrotas. Tal comportamento não ajuda em nada a fazer um balanço eficaz – o que pode prejudicar a visão do profissional com relação ao que ele precisa fazer para estabelecer metas para 2011. “É preciso tentar fazer uma análise com dados concretos, utilizando critérios mais objetivos”, afirma a consultora em RH do Grupo Soma Desenvolvimento Corporativo Juliana Saldanha.

Os prós e os contras
Um balanço de carreira eficaz, segundo as especialistas consultadas, deve mostrar a realidade, ainda que ela seja dura. Por isso, pegue um papel e coloque todas as mudanças que ocorreram na sua carreira neste ano – mesmo as negativas. “É preciso colocar o que superou e o que frustrou as expectativas”, atenta Juliana.

Sendo criterioso e honesto consigo mesmo, citar o que ocorreu no âmbito profissional até parece fácil. Mas não é suficiente. Para além da lista, é preciso fazer uma análise dos motivos pelos quais a relação está do jeito que está. “É preciso entender a razão pela qual você não conseguiu realizar certas metas, ver o que faltou”, explica Andrea.

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Tente entender o motivo de você não ter conseguido o aumento que queria, a vaga que sonhava, aquela promoção. Por trás dessas frustrações podem estar falhas fáceis de serem acertadas, como a realização de algum curso, por exemplo. Tente ver o que está por trás das ações colocadas na lista, mesmo as conquistas.

Depois de entendidos os motivos, fica mais fácil estabelecer as metas futuras. “Dá para visualizar o que você deve fazer para melhorar a situação”, afirma Andrea. Tudo isso, porém, deve estar em linha com o seu perfil profissional. Por mais que dê para desenvolver habilidades e competências, muitas diferem tanto da personalidade do profissional que adquiri-las poderia até prejudicá-lo.

Aspectos da vida
Um balanço profissional deve levar em conta os demais aspectos da vida, na avaliação de Claudia. “São dois os aspectos que devem ser considerados nesse balanço: o que eu quero como profissional e o que eu sou como pessoa”, afirma. Conciliar esses dois âmbitos faz com que o profissional tenha a tendência de decidir por caminhos mais apropriados para o seu perfil. “Você tem de fazer um balanço do que foi bom ou não e o que lhe cabe mudar. Essa mudança tem de estar ao seu alcance”. Se não estiver, talvez o balanço (e o futuro planejamento) esteja se desviando da realidade.

Além de todos os aspectos citados, Claudia também sugere que o profissional considere o outro na análise, pois, muitas vezes, frustrações e conquistas ocorrem com o auxílio de outra pessoa, seja o líder, o colega, um familiar. “Um terço desse balanço deve considerar os aspectos relacionados ao profissional, outro um terço deve estar relacionado ao outro e um terço, ao meio onde o profissional trabalha”, afirma.

Para Andrea, colocar outros aspectos da vida nesse balanço é natural, uma vez que é difícil isolar cada um deles. “Tudo contribui e, ao analisar sua vida de uma forma ampla, o profissional acaba escolhendo caminhos que garantam ganhos em qualidade de vida”, afirma a consultora.

Considerar os motivos das decisões que adotou neste ano também é fundamental nessa análise. E tentar perceber o que ocorreria se a decisão tivesse sido outra também ajuda. Com essas respostas em mãos, o cenário atual da sua carreira e as possibilidades ficarão mais claros.

A responsabilidade é sua
E por que é preciso fazer um balanço de carreira e planejá-la? Porque o desenvolvimento da carreira é de única e exclusiva responsabilidade do profissional, na avaliação de Claudia. “Não dá para achar que a responsabilidade pelo desenvolvimento da carreira é do líder, da empresa, do outro. Ele é do profissional. E quando você se dá conta do que está acontecendo agora, você faz o que for preciso para melhorar”. Aproveite os últimos dias de 2010 para pensar sobre isso.