Cúpula Mundial adverte: as mulheres estão ficando para trás em tecnologia

Participação feminina na área de tecnologia é baixa; feministas defendem a adoção de politicas governamentais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Que as mulheres ganharam nas últimas décadas seu espaço no mercado de trabalho, ninguém discute. Porém em pleno século XXI, a desigualdade entre os sexos no mercado de trabalho ainda é uma realidade.

No tocante às novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), o abismo entre homens e mulheres é ainda mais gritante. Pelo menos é o que sugerem os dados apresentados por alguns grupos feministas, que participaram da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que ocorreu nesta semana na Tunísia.

Participação na área de TIC é ínfima

A preocupação, segundo as feministas, é que a participação feminina no setor, que é um dos que mais cresce e cria oportunidades no mercado de trabalho, é insignificante.
Segundo pesquisa realizada, em 2003, na Costa Rica, por exemplo, apesar de o número de mulheres nas faculdades (60% do total dos alunos) ser maior que o de homens, nos curso de tecnologia elas ocupavam apenas 22% das vagas.

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Assim, não é de se surpreender que apenas 7% das empresas de TIC pertencem a mulheres, enquanto a porcentagem de funcionárias era de 10%, sendo que a maioria trabalha como secretária ou digitadora.

Na visão dos grupos de defesa das mulheres essa situação não deve mudar sem o apoio de políticas governamentais. Nos países ricos, o cenário não difere tanto. Um estudo feito na Austrália recentemente mostrou que menos de 1% das mulheres empregadas no país trabalham com TIC, correspondendo 16% dos empregados do meio.

Feministas querem ajuda para reverter o quadro

Uma das preocupações dos grupos feministas é que essa maioria esmagadora de homens na área resulte no desenvolvimento ferramentas e de uma linguagem muito calcada na perspectiva masculina, o que poderá dificultar ainda mais a inserção da mulher no setor.

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A brasileira Magaly Pazello, da ONG internacional Rede Down (Desenvolvendo Alternativas com Mulheres para uma Nova Era) acredita que se “não estivermos lá, estaremos reproduzindo o modelo de desigualdade nas relações de gênero”. No esforço de aumentar as possibilidades e oportunidades da ala feminina no campo da tecnologia e das TIC, a declaração final da Cúpula incluiu um apelo à necessidade de políticas públicas nesse sentido.

Ainda que não tenha incluído recomendações específicas de políticas direcionadas a esse objetivo, ao menos traz maior legitimidade às reivindicações. Resta, contudo, entender se a menor participação das mulheres nos cursos de tecnologia é fruto de algum desequilíbrio na área de educação, ou do menor interesse feminino pela área. Nesse caso, talvez a política mais eficiente seja uma que oriente sobre as oportunidades que o setor apresenta em termos de inserção no mercado de trabalho.