Crise não afeta mercado de trabalho em 2008, mas o que ocorrerá em 2009?

Engenheiros e administradores foram muito demandados em dezembro. Mas, para especialista, quadro deve mudar

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Os efeitos da crise não se fizeram sentir no mercado de trabalho brasileiro em 2008. Ao contrário do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos, onde o desemprego aumenta a cada dia, no ano passado, no Brasil, houve uma alta de 9,75% no número de empregos em relação a 2007, de acordo com pesquisa da Ricardo Xavier Recursos Humanos.

No total, foram criadas 34.863 vagas de emprego no ano passado, contra 31.766 no ano anterior.

Já em dezembro último, de acordo com a sondagem, os profissionais mais procurados foram os engenheiros, seguidos pelos administradores. Depois, na lista das profissões mais demandas no mercado, aparecem as seguintes graduações: ciências contábeis, economia, análise de sistemas, propaganda/ publicidade/ marketing, direito, tecnologia da informação, psicologia e comércio exterior.

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Cidades em destaque

O levantamento englobou as seguintes cidades: São Paulo (Grande São Paulo e capital); Campinas-SP; São José dos Campos-SP; Rio de Janeiro-RJ; Belo Horizonte-MG; Curitiba-PR; Porto Alegre-RS e Salvador-BA. As que mais se destacaram no período de um ano foram: Salvador (145,14%), Curitiba (84,34%) e Rio de Janeiro (26,41%).

“O balanço foi positivo porque o primeiro semestre foi aquecido, tanto que todos apostavam que seria o ano em que o País mais cresceria, não somente no que se refere aos empregos, mas também na economia em geral. A boa notícia é que, apesar da crise, houve crescimento, ainda que este tenha sido menor do que o esperado”, afirma o presidente da Ricardo Xavier Recursos Humanos.

O que esperar de 2009

Para o diretor de Operações da Human Brasil, Fernando Montero, é cedo para afirmar que 2009 será um ano tão positivo quanto foi 2008. “A partir do fim do primeiro trimestre e ao longo do primeiro semestre, teremos uma perspectiva mais clara do mercado de trabalho”.

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Mas ele acrescenta: “há algumas áreas que acredito que não sentirão os efeitos da crise. A primeira é a de Tecnologia da Informação. A cada dia, essa área demanda mais profissionais, sendo que suas necessidades estão sempre mudando. Caso não haja crescimento, acredito que, ao menos, haverá estabilidade”, diz.

A outra, segundo Montero, é a de engenharia. “As diversas especialidades da engenharia devem se manter em alta, já que a demanda continuará aquecida. Na Human Brasil, entretanto, percebemos o crescimento ainda maior da procura por engenheiros com experiência comercial, na área de vendas. As empresas estão temendo uma repercussão negativa da crise e estão se antecipando, enxugando os investimentos em outras áreas da empresa e apostando nos profissionais da linha de frente, os engenheiros da área de vendas”, explica.

Agora, segundo Montero, a demanda por profissionais formados em administração e ciências contábeis deve diminuir. “Esses profissionais foram muito requisitados no último ano por conta da mudança na Lei das SAs. As empresas tiveram de se adaptar às novas regras na realização dos balanços, o que demandou contratações. Mas foi um caso pontual”, finaliza.