Cor e raça podem influenciar relações de trabalho, diz pesquisa do IBGE

Estudo aponta que 71% dos entrevistados acreditam que características étnico-raciais influenciam relações trabalhistas

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – Mais da metade da população brasileira (63,7%) reconhece que a cor ou a raça podem exercer diferentes efeitos na vida cotidiana, sendo as relações trabalhistas as mais influenciadas por tais fatores, segundo informações do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgadas nesta sexta-feira (22).

A informação é compartilhada por 71% dos entrevistados do levantamento, que juntos expõem na PCERP (Pesquisa de Características Étnico-Raciais da População) de 2008 quais os itens mais afetados pelas características étnicas da população, segundo a avaliação dos próprios participantes.

Ranking
Além do emprego, outros pontos também se destacaram entre os entrevistados. Segundo eles, a relação com a polícia e a justiça, bem como o convívio social, também são fortemente afetados, com 68,3% e 65% das menções, respectivamente.

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As escolas e repartições públicas foram citadas por 59,3% e 51,3% dos entrevistados.

O levantamento foi feito em 15 mil domicílios no Amazonas, na Paraíba, em São Paulo, no Rio Grande do Sul, em Mato Grosso e no Distrito Federal.

Avaliação por estado
Entre os estados, o Distrito Federal foi o que mais se destacou atingindo os maiores percentuais de percepção da influência da cor ou raça em quase todas as situações citadas. No trabalho, o índice apresentado na região foi de 86,2%. Já na relação com justiça/polícia teve 74,1%.

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O convívio social e as escolas apresentaram, respectivamente, 78,1% e 71,4% das opiniões. O item casamento também foi avaliado, mas não foi o mais apontado nesta região. Neste quesito, a Paraíba registrou 49,5% contra 48,1% do DF.

Classificação
Do total dos entrevistados, 96% souberam identificar a própria cor ou raça utilizando as categorias previstas pelo estudo: branca, preta, parda, amarela e indígena. Termos como “moreno” e “negro” também foram empregados na classificação do IBGE.

A identificação da cor ou raça priorizou a cor da pele, com 74% de citações, e foi seguida pela origem familiar, com 62% dos votos. Os traços físicos representaram apenas 54% das menções.

Entre os estados, o Amazonas se destacou com o menor percentual de respostas para cor branca (16,2%) e a maior proporção de uso do termo “morena” (49,2%). O maior percentual da resposta “negra”, no entanto, foi observado no Distrito Federal (10,9%), onde as respostas “branca” e “parda” tiveram proporções iguais (29,5%).