Copa: solução para evitar queda na produtividade deve ser encontrada em conjunto

Segundo especialista, não existe receita para evitar quedas bruscas na produtividade dos profissionais durante a Copa

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Copas do Mundo sempre mexem com os ânimos das pessoas, até mesmo de quem não gosta muito de futebol. No ambiente de trabalho, os profissionais já sabem que devem atentar ao comportamento para não se prejudicar por causa de um jogo. Mas, enquanto os olhos estão atentos à internet ou à TV, a produtividade sai fora de campo. O que fazer para manter o foco?

Enquanto alguns segmentos só enxergam vantagens por conta do evento mundial – como os de varejo, bares e da mídia -, dentro das empresas, a realidade é outra. Alguns jogos vão ocorrer durante a semana, e bem no horário de expediente – às 8h30, 11h ou 15h30. Para resolver o problema, algumas empresas vão dispensar os funcionários.

De acordo com levantamento feito pela Curriculum.com, 63,25% das companhias pesquisadas vão liberar seus colaboradores. A medida pode evitar a dispersão durante o expediente, mas não resolve a questão da produtividade. Para o presidente do Insadi (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual), Dieter Kelber, com ou sem bola rolando, com ou sem dispensa, a produtividade dos profissionais vai cair mesmo. E receita para evitar a queda não existe.

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A conta é simples: nos momentos que antecedem e nos posteriores aos jogos, o ânimo dos profissionais se altera, a ansiedade (e os comentários entre os colegas) começam e o foco vai embora. “Claro que nenhum líder é contra a Copa, mas se a produtividade cai, o bônus cai, os prêmios caem e todo mundo sai prejudicado, com ou sem vitória da seleção”, afirma Kelber.

Controlando a euforia dentro de campo
Contudo, para Kelber, é possível encontrar soluções para que os profissionais fiquem mais focados e o trabalho renda mais, apesar dos jogos. O caminho para isso, porém, depende de vários fatores.

Essa questão envolve a cultura da empresa, o conhecimento que o líder tem da equipe e a confiança que os colaboradores têm do líder. “A melhor solução é aquela encontrada com a participação de todos”, afirma. Segundo o especialista, o ideal é encontrar soluções conjuntas.

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A iniciativa deve partir do líder. “Primeiro, ele tem de observar qual o grau de importância que a Copa tem para a equipe dele”, diz, ao ressaltar que por mais eufórica que seja a competição, dependendo do nível do profissional, o evento pode não afetar tanto o trabalho. “Quanto maior a maturidade profissional, menores serão os problemas”, ressalta.

Caso o líder se depare com uma equipe com “fome de bola”, o melhor mesmo é sentar e conversar. Mostrar os prazos e o trabalho que deve ser feito, independentemente da Copa, é uma saída para conscientizar os profissionais que, durante o trabalho, o melhor mesmo é tentar tirar o olho do campo.

Determinar que o trabalho deve ser feito no prazo ajuda os profissionais a controlar a euforia antes e depois do jogo, caso eles sejam dispensados. “Funcionários que estão em um estado de ânimo exaltado, pela perda ou pela vitória, podem transformar uma determinada área da empresa em uma bagunça”, afirma Kelber.

Por isso que, mesmo se a conversa entre o líder e a equipe resultar em dispensa, o profissional deve ficar atento ao comportamento nos momentos anteriores e posteriores aos jogos. “É importante que ele perceba que está sendo observado”, aconselha.