Convencido ou fominha? Veja 4 competidores da pior espécie em uma corporação

Na ânsia de alcançar as metas, profissionais passam a competir quase que individualmente para atingir seus objetivos e não poupam sequer os colegas de profissão

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – Para buscar um crescimento cada vez mais acentuado, companhias de todo o País têm valorizado e por vezes premiado seus profissionais mais produtivos. O problema é que nem todos entendem essa iniciativa muito bem. Alguns, na ânsia de alcançar as metas, passam a competir quase que individualmente, e isso, mesmo quando seu desempenho está atrelado ao de um grupo.

“Ao perceberem que podem crescer, muitos profissionais se esquecem do trabalho em equipe acabam fazendo com que uma disputa saudável se transforme em uma competição destrutiva”, diz a especialista em soluções para capital humano da De Bernt Entschev Human Capital, Sônia Helena Garcia.

Hoje, por exemplo, não é raro encontrar em uma organização profissionais dos mais diversos tipos que, quando convocados à uma competição, enxerguem o colega como um grande inimigo. “Existem pessoas que sonegam informações da própria equipe em benefício próprio e que não dividem o trabalho com o colega para ganhar o mérito de uma atividade sozinho”, diz Sônia, que garante que estas são algumas das piores ações que podemos observar em uma empresa que valorize tal competição.

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Gestor problema
E ao contrário do que possam imaginar, o comportamento em questão nem sempre dependerá unicamente da personalidade de um contratado. Além da política da corporação, a forma como o gestor conduz a própria equipe pode contribuir, e muito, para tal situação.

“Se a empresa tiver um gestor que acredita que essa é melhor forma de gerar resultados, ele permitirá a competição destrutiva na organização, contudo, dificilmente esse comportamento prevalecerá por muito tempo”, diz Sônia, que garante que esse profissional terá vida curta em uma empresa.

“Uma vez, soube de um diretor financeiro de uma multinacional que foi demitido por incentivar uma política desagregadora na empresa. A forma de gerir dele estimulava os profissionais a não terem um bom relacionamento entre si”, conta.

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Identifique a causa
Para saber se uma competição não está indo bem é fácil: basta olhar o dia a dia da organização. “Uma equipe em guerra, movida por conflitos, sempre tem um profissional doente”, diz Sônia.

Segundo ela, ao conviver em um ambiente hostil – sem a interferência de um gestor -, um bom profissional começa a apresentar resultados abaixo do esperado e desenvolve uma série de outros problemas de saúde que interferem no seu dia a dia na organização.

A gerente da Page Personnel, Mariângela Ciffeli, vai além. “Quando uma equipe não trabalha em prol do mesmo resultado, ainda que alguns profissionais atinjam os resultados individuais, a meta global não é alcançada e este é um sinal de que algo não vai bem”, explica.

Na opinião dela, impedir tal situação dependerá principalmente do gestor. “Ainda que as empresas incentivem o resultado individual, há sempre uma meta do grupo, da área, que deve ser observada individualmente”, avalia.

Da pior espécie
Conheça o perfil de 4 competidores e aprenda a lidar com eles.

Come-quieto: mais calado, é o cara que pega todo o trabalho discretamente e quando você vê, já fez tudo sem deixar nada para você. O que fazer: oriente o profissional a informá-lo sobre as tarefas que estão sendo executadas para que juntos, e com os demais membros da equipe, vocês possam definir quem poderá executar a atividade em questão.

Convencido: ele quer ser o melhor, o mais pró-ativo e não quer dividir seu sucesso com ninguém. Para isso, ele mente, manipula e fala demais para estar sempre sob a luz dos holofotes e conseguir atenção. O que fazer: não faça nada, apenas ignore. Profissionais com esse perfil são inseguros e por falar demais acabam entrando em evidência facilmente, o que expõe as próprias falhas para todos da organização. “Ele irrita as pessoas por falar demais e costuma ser o primeiro a se enforcar em uma empresa”, diz Sônia.

Encostado: discreto, este profissional é o verdadeiro folgado de uma corporação: ele pode não fazer o próprio trabalho, mas jamais aceita ser esquecido na hora do reconhecimento por uma ação. O que fazer: assim como no caso anterior, não fazer nada pode ser a melhor solução. “Em empresas como as de hoje, ele dificilmente passará despercebido por muito tempo, pois as companhias têm valorizado tanto os resultados individuais quanto os coletivos”, diz.

Fominha: pega todo o serviço e não divide as tarefas com ninguém para ter mais resultados. Outra característica é que, geralmente, ele acumula trabalho demais. O que fazer: chame o colega para uma conversa e diga o quanto a postura dele está prejudicando seu desempenho e o do grupo. Se o papo não funcionar, recorra ao gestor da área.