Consultora revela os motivos que impedem que os líderes deleguem

É preciso ter cuidado em relação ao que e a quem se delega, mas não a ponto de deixar tudo nas próprias mãos, diz Sonia Jordão

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Os líderes brasileiros gostam de desafios, se adaptam com naturalidade ao meio – o que denota flexibilidade – e são empreendedores. Porém, eles têm suas características negativas. Entre elas, está a dificuldade de delegar, que vem acompanhada por diversas justificativas.

É claro que é preciso ter cuidado em relação a quem se está delegando e quais as atividades que estão sendo passadas para a frente. Mas se tornar tão radical a ponto de deixar a maioria das tarefa nas próprias mãos não é nada saudável nem para os líderes nem para a equipe.

“Quando o líder delega, sobra mais tempo para cuidar de aspectos mais importantes do seu trabalho. A delegação, de maneira criteriosa, aumenta o poder de quem delega. Quanto mais o líder delega, mais ele penetra na essência de sua função, que não é fazer, mas deixar que os outros façam”, disse a consultora organizacional Sonia Jordão, que palestrou durante a 4ª edição do ConviRH – Congresso Virtual de Recursos Humanos, realizado pelo RH.com.br.

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Desculpas
Ela apontou alguns fatores que levam os executivos a dizerem “não” ao fato de delegar. Confira abaixo:

A importância de delegar
De acordo com Sonia, essas desculpas devem ser deixadas de lado para que o líder desfrute das vantagens de delegar.

Entre elas, estão o fato de mostrar que confia no membro da equipe, incentivar o conhecimento dele, permitir que ele desenvolva outras habilidades, torná-lo capaz de resolver outros tipos de problemas, dar a oportunidade para ele aplicar soluções criativas, fazer com que ele desenvolva a autoconfiança e habilidades gerenciais.

“Delegar permite que o líder se concentre em tarefas mais difíceis, que os outros não podem fazer. Permite que ele se desenvolva para o futuro, que pense, pesquise e discuta”, disse a consultora organizacional.

É preciso supervisionar
Não basta apenas passar uma tarefa ao liderado, é preciso supervisionar. “Quem recebe o poder tem a oportunidade de concluir o trabalho de modo satisfatório, mas quem delega é que fica com a responsabilidade do êxito ou do fracasso”, ponderou Sonia.

Para ela, é importante que o líder acompanhe o desenvolvimento da tarefa, em cada processo, e não só quando receber o resultado final. “À medida que vai supervisionando, o líder não vai ter tanto medo de que o outro faça errado. Ele vai treinar essa pessoa e cada vez menos vai precisar supervisionar”, ressaltou.