Conselho administrativo limita presença de mulheres em cargos de CEO

Pesquisa mostra que conselhos são formados, em sua maioria, por homens, e tendem a escolher eles para o comando das empresas

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Conselhos de administração tendem a barrar a presença feminina em cargos de comando das empresas, revelou uma pesquisa realizada pelo Insper (antigo Ibmec), com 370 companhias de diversos portes, com e sem conselhos de administração.

De forma geral, as mulheres ocupam apenas 8% do topo das empresas brasileiras. Porém, quando analisadas as empresas com conselhos de administração, há uma queda de 12% nas chances de uma mulher se tornar presidente.

De acordo com a pesquisadora e professora do Insper, Regina Madalozzo, o que se sabe é que os conselhos de administração – formado por quem aconselha os profissionais que estão no comando – também são formados majoritariamente por homens.

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Motivação
“Quando há conselhos de administração, eles geralmente optam por contratar um presidente com características semelhantes aos conselheiros. O ser humano lida melhor com quem se parece mais com ele. Se for pesquisar, os conselhos têm mais homens e isso faz com que as mulheres não cheguem até o topo”, explicou a autora da pesquisa.

Regina disse que a tendência não ocorre somente no Brasil, mas no mundo inteiro, e que é algo que não acontece de maneira proposital nem intencional, mas que remete a uma característica do próprio ser humano.

Questionada sobre se acredita em uma mudança deste cenário em curto prazo, ela disse que não, a não ser que ocorra alguma modificação na legislação. Ela explicou que existem países europeus com cotas para mulheres nos conselhos de administração, o que abre mais espaço para um comando feminino nas empresas, sendo que no Brasil isso não foi cogitado ainda.

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“Eu acredito que uma lei pode ajudar a transformar mais rápido, mas ela é de curto prazo. A mudança tem de ser cultural”, afirmou.

Limitadores
Na pesquisa, os conselhos de administração foram apontados como o principal limitador às mulheres, uma vez que detectou-se que elas têm nível de graduação similar ao dos homens.

Além disso, elas chegam ao topo do organograma das empresas mais rápido e mais novas, quando isso ocorre. “Quer dizer que essas mulheres que foram escolhidas são diferentes e com perfil mais desafiador e agressivo”, concluiu Regina.

Confira abaixo outros dados da pesquisa: