Confira os avanços do Brasil no que se refere à falta de qualificação

Entusiasmo quanto à criação de empregos é acompanhado de receio no que se refere à empregabilidade

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, fez uma previsão na quarta-feira (14) de que o mercado de trabalho formal deve chegar perto de 2 milhões de novas vagas este ano.
Ao se confirmar a projeção, serão mais de 400 mil novos postos acima do total de empregos formais criados em 2007, um acréscimo de 25% e um novo recorde no país em valores absolutos.

O entusiasmo do ministro em relação ao cenário econômico e seus efeitos sobre o mercado de trabalho, entretanto, foram acompanhados por uma preocupação com a empregabilidade da força de trabalho disponível. No ano passado, disse ele, um milhão de pessoas deixaram de ser contratadas por falta de qualificação.

“Estamos batendo recordes na geração de empregos, mas a questão da qualificação é o grande desafio” reconheceu, por ocasião de uma audiência pública na CAS (Comissão de Assuntos Especiais).

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Empresas empregam jovens e pessoas com mais de 50

A audiência tratou das políticas do governo federal para a inserção e qualificação de jovens para o mercado de trabalho. Lupi disse que, pela primeira vez, a oferta de empregos cresce proporcionalmente maior em favor do segmento formado pelos jovens e pessoas com mais de 50 anos.

“Essas são as duas faixas de maior empregabilidade. A tendência das empresas é no sentido de empregar os jovens, pela força e vigor, e os mais experientes. As empresas estão quebrando a discriminação anterior, quando se achava que as pessoas com mais de cinqüenta anos deveriam ficar em casa, abandonadas” afirmou.

Programas de inserção no mercado

Quanto aos jovens, Lupi destacou o crescimento da discussão no ano passado, que desencadeou uma atuação articulada dos ministérios na condução de programas que antes eram dispersos. Como resultado, seis programas foram consolidados em um único, o Pró-Jovem, financiado com recursos diretos do Tesouro.

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Uma das mudanças é a ampliação da faixa etária de atendimento, agora para brasileiros com idades entre 18 e 29 anos. Antes, apenas aqueles com até 24 anos podiam participar. Além disso, foi unificado o valor das bolsas pagas aos que são treinados, agora no valor de R$ 600 mensais, para cursos que duram cerca de cinco meses.

A preocupação, como afirmou o ministro, é focar as famílias com renda de até meio salário mínimo e desenvolver cursos de acordo com as necessidades dos mercados locais, para assegurar a empregabilidade.

Lupi destacou que os convênios agora podem ser feitos com municípios com mais de 50 mil habitantes, quando anteriormente o acesso só era possível para aqueles que tinham mais de 250 mil habitantes.

Discriminação política

A senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) elogiou as mudanças, sobretudo o acesso aos convênios para prefeituras no caso de municípios com menos de 250 mil habitantes. Segundo ela, as prefeituras conhecem melhor as necessidades do mercado de trabalho local.

Ela afirmou que os prefeitos pertencentes à oposição dos governos estaduais, muitas vezes eram discriminados e tinham dificuldades de atrair cursos para seus municípios. Em resposta à senadora, Lupi disse que, mesmo nos casos de convênios feitos com os estados, exige-se agora a discriminação de todos os municípios atendidos, com o objetivo de impedir a discriminação partidária.