Como sua empresa pode superar a crise em 10 passos

Em um momento de crise como este que o Brasil passa, os empresários buscam alternativas para manter seus negócios de pé

Giovanna Sutto

Publicidade

SÃO PAULO – Em um momento de crise como agora, os empresários buscam alternativas para manter seus negócios de pé. Tentam reduzir investimentos e adiam planos de expansão, mas é preciso que essa decisão seja seguida de planejamento, caso contrário o empreendimento pode acabar entrando para a estatística de negócios fechados durante a crise, segundo Danilo Timich, sócio co-fundador da Bizup Consulting. 

“Para aqueles que conseguirem ultrapassar fases como a atual mantendo a saúde financeira, ainda que em um nível mais baixo de atividade, o prêmio pode ser compensador. Após o período de crise, as oportunidades costumam encontrar o mercado ainda desestruturado e, portanto, acabam nas mãos daqueles que se prepararam melhor e permaneceram ativos e alertas”, afirma o especialista.

Para isso, Timich elencou dez dicas essenciais para as empresas superarem a crise econômica: 

Oferta Exclusiva para Novos Clientes

Jaqueta XP NFL

Garanta em 3 passos a sua jaqueta e vista a emoção do futebol americano

1. Prospecção de novos clientes

Os concorrentes estão retirando o pé do acelerador. Assim, surge a oportunidade para prospectar novos clientes e analisar potenciais novos mercados. Não é necessário grande investimento de capital, mas é preciso se planejar para estar estruturado quando a conjuntura der os primeiros sinais de retomada. 

2. Reavaliar produtos e serviços

Continua depois da publicidade

Quando o dinheiro fica mais escasso, os consumidores alteram seus hábitos de consumo. É importante identificar as novas demandas geradas pela crise e reavaliar todos os produtos e serviços oferecidos pela sua empresa.

A oferta deve ser reformatada priorizando sempre aqueles produtos e serviços mais rentáveis e com melhor geração de caixa. Alguns exemplos são: repaginar o produto, criando por exemplo embalagens econômicas; oferecer serviços mais simples e mais baratos, descontos para compras maiores, premiação de vendedores e revendedores mais eficientes. 

3. Evitar endividamento

É preciso evitar a qualquer custo a entrada em uma espiral de endividamento, o que costuma ser fatal, particularmente para os negócios em fase inicial somados à circunstância da crise.

4. Entender a crise

É necessário analisar a situação para entender quais impactos positivos e negativos a crise proporciona a seu negócio. Após essa análise, repense e reoriente as ações no sentido de favorecer a geração de caixa.

5. Diferenciar despesas de custos

Costuma ser frustrante a tentativa de redução das despesas sem a revisão profunda de estrutura, que pode ficar debilitada se as economias geradas pela redução não compensarem a perda de eficiência. Portanto, é necessário repensar toda a forma de funcionamento da empresa, a partir quase que do zero, e não se basear no que ela é hoje.

6. Repense processos

Quanto aos custos, deve-se concentrar em torná-los predominantemente variáveis com o volume de produção. Isso implica, por exemplo, em terceirizar partes da produção, evitando a mobilização de equipamentos próprios, cuja eventual ociosidade traz custos de manutenção desproporcionais aos volumes produzidos, além das despesas financeiras derivadas da compra dos mesmos.

A crise oferece oportunidade para renegociar junto aos seus fornecedores e baixar os custos e despesas, assim como para repensar processos para reduzir custos e aumentar a produtividade. É viajar com pouca bagagem. Parcerias inteligentes tornam-se, muitas vezes, recursos valiosos nessas situações. 

7. Controle o caixa

As empresas morrem pelo caixa, especialmente nas crises. A melhor forma de controlar capital de giro é manter controle do caixa e focar naqueles negócios e clientes que te proporcionam melhor geração de caixa. Corte todas as atividades destruidoras de caixa. Uma dica importante é buscar fornecedores que deem prazos para pagamento mais longos. Faça compras menores de cada vez, evitando o carregamento de estoques.

8. De olho na equipe

Em relação à equipe, é importante que o ajuste seja de acordo com a demanda, sempre com foco na maior produtividade. Nos negócios em que o aumento da produtividade demanda investimentos, mantenha a equipe estratégica, que tenha conhecimentos e treinamento mais difíceis e caros de se reproduzir no futuro, quando o mercado retomar.

Profissionais mais dedicados e comprometidos com a empresa devem ser tratados também com o mesmo comprometimento, na medida da viabilidade. Equipes compostas por integrantes de capacitação multidisciplinar, que possibilitem uma alocação mais flexível, também permitem ganhos de produtividade que, por sua vez, podem viabilizar a sua manutenção integral durante os períodos mais difíceis. 

9. Entenda suas dívidas

O reperfilamento das dívidas, em que se troca as atuais por outras de custo menor e prazo maior, adequando-se ambos à capacidade da empresa, é uma ferramenta habitual na gestão empresarial. Mas a prioridade é identificar a causa da sua situação e atuar para mitigá-la. Crie um plano de reestruturação realista com uma projeção do fluxo de caixa futuro da empresa para que saber realmente qual a sua capacidade de pagar o que deve e em que condições.

É possível, se for adequado e quando existentes, vender ativos para reduzir a exposição ao endividamento e, no limite, recorrer até mesmo a uma recuperação judicial. Novamente, é preciso ter sempre em mente que dívidas devem ser evitadas a todo custo. 

10. Busque ajuda

É essencial buscar ajuda o quanto antes para evitar chegar em um momento irreversível. Por isso, nesse período, contar com a expertise de uma consultoria não é gasto, é investimento.

É muito importante que os profissionais alocados à consultoria sejam muito experientes na gestão empresarial de alto nível e no ramo de atividades da empresa. O contratante deve exigir conhecer, antecipadamente, os membros da equipe que prestará os serviços, assegurando-se de sua experiência e domínio do assunto que será tratado.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.