Comissão analisará condições de trabalho de operadores de telemarketing

Reclamações mais freqüentes são assédio moral, doenças ocupacionais, além de cobrança excessiva por horas-extras

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Para analisar as condições de trabalho dos operadores de callcenter e de telemarketing a Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público realizará audiência pública. A regulamentação da profissão também será discutida, segundo veiculou a Agência Câmara.

De acordo com a deputada Alice Portugal (PcdoB-BA), os operadores têm sido expostos a péssimas condições de trabalho, além de baixa remuneração e instabilidade no emprego.

“São vítimas de condições degradantes de trabalho e clamam pelo apoio do Poder Legislativo para que seu ofício seja regulamentado e tenham seus direitos assegurados”, explica a deputada.

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Reclamações

A Delegacia Regional do Trabalho da Bahia inspecionou 14 empresas que operavam 19 callcenters em 2005, em Salvador.

As reclamações mais freqüentes foram assédio moral (humilhação no local de trabalho), doenças ocupacionais, desrespeito às pausas obrigatórias na jornada de trabalho, rígido controle de tempo, além de cobrança excessiva por horas-extras e produtividade.

A socióloga e pesquisadora Selma Venco, afirma que a profissão apresenta sérios descompassos sociais e condições de trabalho marcadas por fortes pressões psicológicas. Para a pesquisadora, está se formando uma espécie de ‘proletariado não-operário’.

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Produtividade x Crescimento

Segundo pesquisa realizada por Selma Venco, os chamados teleoperadores realizam a média de 140 ligações em uma jornada de 6 horas, com pausa de 15 minutos, e precisam cumprir metas excessivas de produtividade em tempo preestabelecido.

Segundo dados da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT), a atividade é a que mais cresce e mais emprega no momento, sendo que a maioria dos funcionários é composta de jovens, universitários e mulheres, que são 70% do mercado; 40% desse contingente está em seu primeiro emprego.

“Nessas condições, os operadores têm se submetido a baixos salários e a um sistema de controle rigoroso do trabalho”, analisa Alice Portugal.

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Em 2006, o setor de telemarketing atingiu a marca de 675 mil trabalhadores, ou 10% de crescimento em relação a 2005, segundo relatório da ABT, que ainda revela o faturamento de R$ 4 bilhões.

Esses dados são apenas das empresas do setor que operam como terceirizadas, excluídas as empresas que operam seus próprios serviços. A ABT prevê ainda a criação de 75 mil novos postos de trabalho ao longo de 2007 e aposta no crescimento de 10%.