Comércio: nos últimos dez anos, 20% dos assalariados estavam na informalidade

Segundo o Dieese, os informais ficavam, em média, dois anos no trabalho, metade do tempo dos que têm registro em carteira

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – Na última década, entre 1998 e 2008, cerca de 20% do total de assalariados do comércio do país encontrava-se na informalidade.

A constatação é do boletim “Trabalho no Comércio”, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), divulgado nesta quinta-feira (20).

Segundo o estudo, nos últimos dez anos, além do emprego sem registro em carteira, esses trabalhadores permanecem menos tempo no emprego. Frente aos trabalhadores com registro, os informais permanecem, em média, metade do tempo nos empregos.

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Em números, esses trabalhadores ficam, no máximo, dois anos na empresa, na maioria das regiões analisadas, exceto nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e São Paulo, onde esse tempo é maior.

Sem registro

O estudo revelou que somente em São Paulo há 220 mil assalariados sem registro. O número equivale a 21,5% do total dos trabalhadores atuando no Comércio (1,028 milhão). Salvador vem em seguida, respondendo por 19,4% do total.

Nas outras regiões metropolitanas, a representação também é grande: Recife conta com 18,1% de informais do total dos comerciários.

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Por outro lado, Belo Horizonte (13,4%) e Porto Alegre (14%) apresentaram as menores incidências de informalidade do comércio.

Sem direitos sociais

Para os técnicos do Dieese, os números mostram que a manutenção do contingente de trabalhadores informais pode ser entendida como uma forma que as empresas encontram para burlar a proteção social a que tem direito um trabalhador com registro e reduzir custos.

De acordo com o Departamento, sem os direitos trabalhistas, esse contingente de assalariados informais fica isento de ter uma renda maior.