Comércio: mulher ganha menos, apesar de igualdade nos postos de trabalho

Segundo Dieese, desigualdade salarial é maior nas regiões Sul e Sudeste e menor no Norte e Nordeste

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – Existem alguns setores na economia em que há predominância de mão-de-obra feminina ou masculina. No caso do comércio, existe um equilíbrio de gêneros nos postos de trabalho, entretanto, a remuneração das mulheres ainda é menor.

A desigualdade salarial é maior nas regiões Sul e Sudeste e menor no Nordeste e Norte. No ano passado, com exceção de Fortaleza (CE) e Recife (PE), as mulheres recebiam em média 88,5% dos rendimentos dos homens.

Os dados fazem parte de um levantamento realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e divulgado nesta segunda-feira (28).

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Análise por região metropolitana
Ao analisar as regiões metropolitanas no País, os destaques negativos são Porto Alegre (RS), onde as mulheres recebem 77,95% do rendimento dos homens, e Belo Horizonte (MG), com porcentagem de 79,37%.

Já na região metropolitana de São Paulo (SP), enquanto a remuneração dos homens é de R$ 1.111, as mulheres recebem R$ 893, ou seja, 80,38% do rendimento masculino.

Rendimento médio
Regiões

Rendimento médio
mensal (total)

R$

Rendimento médio
mensal (mulheres)

R$

Rendimento médio
mensal (homens)

R$

Proporção do rendimento
médio mensal feminino em
relação ao masculino 

Belo Horizonte 831 727 916 79,37%
Distrito Federal 912 811 983 82,50%
Fortaleza 670 654 680 96,29%
Porto Alegre 914 792 1.016 77,95%
Recife 653 620 674 91,98%
Salvador 728 662 783 84,55%
São Paulo 1.013 893 1.111 80,38%

Jornada de trabalho
Em relação à jornada de trabalho, considerada um dos grandes desafios do setor devido à sua extensão, a pesquisa indica que as comerciárias trabalham menos do que os homens.

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Em Recife, os homens trabalham em média 51 horas semanais, enquanto as mulheres trabalham 47 horas. Em Fortaleza, a jornada feminina também é de 47 horas para elas, e de 50 horas para eles. Já em São Paulo, a diferença de horas é menor: 47 horas dos homens, contra 45 horas das mulheres.

Embora a jornada feminina seja ligeiramente menor no comércio, as mulheres ainda têm a responsabilidade das atividades domésticas. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2007, as mulheres de 10 anos ou mais de idade dedicavam 22,3 horas semanais aos afazeres domésticos, enquanto os homens destinavam apenas 5,2 horas a essas tarefas.