Com quase 300 mil vagas, criação de empregos formais bate recorde para agosto

No acumulado do ano, o levantamento do MTE indica a criação de 1.954.531 novos postos de trabalho

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – No Brasil, foram geradas 299.415 vagas de trabalho em agosto, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta quinta-feira (16). O resultado é recorde para o mês.

O número supera em 23,7% a melhor marca já registrada para o mês, em 2009, quando foram criados 242.126 postos de trabalho.

Já no acumulado do ano, o levantamento indica a criação de 1.954.531 novos postos de trabalho, também considerado recorde. Em 12 meses, são 2.269.607 de novos empregos formais.

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O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou que o Brasil deve registrar desempenho recorde também nos próximos três meses, quando deve ser atingida a marca de 2,5 milhões de empregos. “Chegaremos ao fim do governo Lula com mais 15 milhões de trabalhadores empregados formalmente, o maior número de empregos gerados na história do Brasil”, acrescentou.

Crescimento da economia
Segundo o MTE, o desempenho favorável é sustentado pelo crescimento da economia, estimulado principalmente pelos níveis de consumo interno e também pelos investimentos públicos e privados.

“O Banco Central vem conduzindo bem os juros, há investimentos pesados em infraestrutura, crédito disponível, e programas como o Minha Casa, Minha Vida e o PAC, que alavancam a economia e a geração de empregos”, diz.

Ele acrescenta ainda que há investimentos privados, que apontam que os empresários brasileiros estão confiantes na economia. “Mas a principal razão do crescimento do emprego, no meu ponto de vista, é o ganho real do salário do trabalhador, que, com mais dinheiro, pode consumir mais e melhor, gerando mais produção e, consequentemente, mais empregos”, afirma.

Crescimento setorial
Na análise setorial, sete dos oito setores de atividades econômicas analisados registraram crescimento na geração de empregos formais. A exceção ficou com Agricultura, que apresentou queda de 0,68% no número de vagas (-11.259).

Em números absolutos, o destaque ficou com Serviços, com 128.232 vagas de trabalho. Porém, a maior variação percentual ficou com Construção Civil, que apresentou alta de 1,59%, com a criação de 40.138 vagas.

Outro destaque do período foi a Indústria de Transformação, que apresentou acréscimo de 70.393 postos de trabalho (+0,9%). O Comércio foi o terceiro setor que mais gerou emprego em agosto, ao responder por 65.083 vagas (+0,86%).

Os demais setores também apresentaram aumentos no número de vagas de trabalho no oitavo mês do ano: em Indústria Extrativa Mineral, houve alta de 1,7% no número de empregados (+1.704 vagas), em Serviços Industriais de Utilidade Pública, de 0,72% (+2.626 vagas), enquanto Administração Pública avançou 0,33% (2.498 postos).

Análise regional
Ainda segundo os dados do Caged, na análise regional, houve recorde de desempenho em 13 das 27 unidades federativas, das quais se destacam três da região Sudeste, uma do Nordeste e uma do Sul.

Entre os destaques, aparecem São Paulo (+90.633 vagas ou +0,8%), Minas Gerais (+29.253 postos ou +0,78%) Rio de Janeiro (+24.921 ou +0,77%), Pernambuco (+21.799 ou +2,08%) , Paraná (+21.397 ou +0,92%) e Rio Grande do Sul (+15.675 ou +0,68%).

Considerando as regiões, todas apresentaram elevação no emprego formal, com saldos recordes nas Regiões Nordeste (+113.194 postos ou +2,21%), Sul (+271.938 postos ou +4,52%) e Norte (+58.168 vagas ou +4,17%), enquanto no Sudeste a alta foi de 4,96% (+894.012) e o Centro-Oeste registrou crescimento de 5,61% (+136.008 vagas).

No mês de agosto, houve expansão em todas as grandes regiões, com recorde no Sudeste (+149.227 postos ou +0,78%), Nordeste (+69.562 postos ou +1,32%, a maior taxa de crescimento entre as grandes regiões) e Sul (+51.054 postos ou +0,81%).

A região Norte apresentou o segundo melhor saldo para o mês (+16.496 postos ou +1,12%). O Centro-Oeste registrou o desempenho mais modesto, com a criação de 13.076 postos (+0,71%).