Com pouco planejamento, empresas perdem controle de custo para expatriação

Readaptação ao antigo posto, com funções diferentes daquela que executou no exterior, é desafio para expatriados

Equipe InfoMoney

Publicidade

SÃO PAULO – A expatriação de executivos brasileiros acontece de forma intensa já há alguns anos, porque as empresas acreditam que esses profissionais têm muito a agregar em suas filiais no exterior.

Porém, a crise mundial fez com que a maioria das empresas repensasse suas estratégias de expatriação de executivos, cujos benefícios podem não compensar os custos, de acordo com pesquisa da Ernst & Young realizada ao longo do primeiro semestre deste ano com executivos de 155 companhias globais, das Américas, da Europa e da Ásia.

Problemas

Entre os principais problemas diagnosticados nas empresas brasileiras quanto à expatriação está a falta de planejamento sobre os custos reais.

Masterclass

O Poder da Renda Fixa Turbo

Aprenda na prática como aumentar o seu patrimônio com rentabilidade, simplicidade e segurança (e ainda ganhe 02 presentes do InfoMoney)

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Poucas (20%) são as empresas que conhecem o real custo de expatriação. Mais da metade (58%) sabe um valor estimado e 22% ainda estão procurando formas eficazes para calcular esse gasto.

Talvez por conta disso um elevado número de expatriados acabe voltando para o país de origem antes do tempo previsto. Nas Américas, o percentual de retorno chega a 55%. No restante do mundo, a porcentagem de executivos que não cumprem o prazo inicialmente estipulado é ainda maior: 81%.

Seja como for, 81% das empresas afirmaram que estão buscando medidas que permitem reduzir o alto custo para enviar um profissional ao exterior. “As empresas (brasileiras) podem ter uma estimativa genérica, mas não há uma metodologia sistemática para mensuração e otimização dos custos”, afirmou o gerente sênior da área de Human Capital da Ernst & Young, Gustavo Pérez.

Continua depois da publicidade

No Brasil, as empresas optam, em sua maioria, por projetos de expatriação de curto prazo, nos quais o profissional permanece no máximo por um ano em outro país, porque têm menor custo absoluto e podem atender às necessidades específicas do negócio ou de determinado projeto técnico.

Quem volta é promovido

O estudo apontou que poucos executivos aceitam retomar exatamente as mesmas funções a que lhes eram atribuídas antes da experiência no exterior: 38%. A maioria assume novos projetos, obtém promoção ou é remanejada a outras áreas da empresa. Outros 12% dos entrevistados responderam que optam pela demissão.

É justamente a readaptação ao antigo posto, geralmente com atribuições totalmente diferentes das funções do colaborador na filial do exterior, um dos principais desafios, na opinião dos expatriados.

Continua depois da publicidade

Já os desafios durante a experiência em outro país, para eles, são: pacote de compensações, com 56% das respostas, a questão familiar (40% das respostas) e a repatriação, ou seja, o retorno à terra natal (28%). Por sua vez, a questão cultural, normalmente tida como obstáculo relevante, foi mencionada apenas por 16% dos respondentes.