Com os desdobramentos da crise, mercado para executivos fica restrito

No Brasil, houve queda de 15% no número de vagas de trabalho em fevereiro; no RJ, previsão é de queda de até 20%

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Pesquisa realizada pela empresa de recrutamento especializado HAYS revelou que haverá retração entre 15% e 20% no número de novas vagas para executivos de média e alta gerência em 2009, no Rio de Janeiro.

O fato é explicado pelo momento de cautela das empresas, com o congelamento temporário de projetos, principalmente nas áreas de engenharia e marketing, apontou o estudo.

O dado converge com o que foi identificado pela consultoria organizacional especializada em transição de carreira Right Management. Ela revelou que, em fevereiro, o número de vagas para executivos
diminuiu 15% em todo o Brasil.

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Setores no Rio de Janeiro

De acordo com o diretor da HAYS no RJ, Gustavo Costa, apesar da cautela em relação às novas contratações, ainda existe um volume considerável de vagas de substituição e alteração de perfis de negócios ligados à área financeira, com foco em custos e contabilidade, vendas e logística.

“Essas mudanças são geradas em função do maior rigor no controle de custos e operações fiscais, bem como investimentos em força de vendas e redução de custos gerados por ganho de operações logísticas e de suprimentos”, explicou Costa.

Ele afirmou que o setor automotivo, de mineração e siderurgia são os mais afetados neste momento, em função da restrição de crédito em toda a cadeia produtiva e da queda na demanda das commodities no mercado internacional.

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Em relação aos que sofrem menos com a crise, ele citou o setor de petróleo, pela visão de longo prazo e demanda frequente; telecomunicações e tecnologia, que vivem um bom momento de melhorias e transformação de produtos; e varejo, que continua com projetos em andamento. Além disso, ele citou empresas de consultoria de gestão.

Realidade brasileira

No começo do ano, a expectativa já era de queda no número de novas vagas ofertadas no Brasil. O especialista no assunto, Ricardo Bevilacqua, havia afirmado ao InfoMoney que a maior parte das contratações seriam de substituição, e não de abertura de novas vagas.

Bevilacqua apostou em duas áreas para liderar as contratações em 2009, mesmo com um cenário de desafios, sendo a primeira delas a financeira, mas dentro de empresas. Controladores, contadores e pessoas para atuar com questões fiscais seriam bastante requisitados.

Outra área que ele havia apontado era a de RH (Recursos Humanos), em que a demanda por parte das empresas é estratégica. A área de engenharia também foi tida como promissora em 2009, de acordo com Bevilacqua.

Na contramão, andaria o mercado financeiro, principalmente no caso de profissionais que atuam em bancos de investimento, que foram os mais expostos à crise financeira global.