Com o tempo, mudam sonhos de universitários em relação ao mercado de trabalho

Há 30 anos eles queriam trabalhar em empresa grande, multinacional ou no setor público; hoje, um emprego basta!

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Há 30 anos, o Brasil vivia um momento em que a economia crescia 10% ao ano. Com este cenário, segundo o coordenador do Observatório do Sebrae-SP, Marco Aurélio Bedê, havia muita oferta de emprego e o ingresso na universidade era garantia de uma vaga no mercado de trabalho.

A partir dos anos 1980, no entanto, com a retração da economia, esta oferta começou a cair e o profissional precisou se especializar cada vez mais para conquistar o emprego. Com esta troca de cenários, também mudaram os sonhos dos universitários em relação ao mercado de trabalho.

Multinacional e carteira assinada

De acordo com o especialista, nos anos 1970, os universitários tinham três sonhos em relação ao emprego. O primeiro deles era trabalhar em grandes empresas, o segundo, em multinacionais, e o terceiro, ser um empregado público, o que trazia estabilidade. Mas o sonho incluía o fato de ter carteira de trabalho assinada.

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“Isso tudo mudou, porque as grandes empresas começam a demitir mais por causa da globalização e da competitividade – elas concorrem com todo o mundo ao mesmo tempo. Isso gera dois movimentos, o de terceirização – joga o que não precisa para fora da empresa – e de informatização”.

Com isso, acaba-se o sonho de trabalhar em uma grande empresa ou multinacional. Quanto ao de seguir no setor público, ele se vai com a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal, pela qual é preciso enxugar os gastos com funcionários.

Mudança de sonho

Com o acesso mais dificultado ao mercado de trabalho, todos estes sonhos de quem sai dos bancos universitários muda. “A expectativa não é mais de ganhar bem. Hoje em dia, arranjar um emprego é o mais importante e vira o sonho”, disse Bedê.

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Mas, para que isso aconteça, é preciso buscar as oportunidades no lugar certo. Segundo o coordenador, elas podem ser encontradas no segmento dos empregadores, ou seja, a alternativa passa a ser de empreendedor.