Com menor acesso à educação, mulheres são 2/3 dos analfabetos do mundo

Metade das mulheres está desempregada frente a 30% dos homens; desigualdade prejudica o desenvolvimento econômico

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Por mais que tenha havido avanços significativos, os dados divulgados no relatório do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) sobre a Situação da População Mundial 2005, não deixa dúvidas de que a desigualdade entre homens e mulheres ainda é enorme.

E, é essa desigualdade que, segundo conclusão do relatório, divulgado nesta quarta-feira (12), impede o desenvolvimento e a redução da pobreza mundial.

O relatório aponta, por exemplo, que o número de mulheres desempregadas ainda é muito superior ao dos homens. Assim, enquanto metade das mulheres no mundo se encontra nessa situação, a parcela de homens é bem menor, de 30%.

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2/3 dos analfabetos do mundo

Essa diferença pode ser explicada, em parte, pelo menor acesso das mulheres à educação. Os dados do relatório surpreendem ao constatarem que quase dois terços dos 800 milhões de analfabetos do mundo são mulheres.

Mas, não é apenas no mercado de trabalho que a educação se reflete, a falta de acesso à informação faz com que um número ainda elevado de mulheres jovens tenham filhos. Segundo o relatório, 14 milhões de meninas com idades entre 15 e 19 anos dão a luz todos os anos. Essa situação acaba sendo agravada pelo fato de que 200 milhões de mulheres não têm acesso a anticoncepcionais eficazes.

Ainda mais impressionante é a constatação de que 529 mil mulheres ainda morrem todos os anos em decorrência de complicações relacionadas com a gravidez. Além da perda humana, essas mortes também acarretam prejuízos à economia mundial, uma vez que equivalem a 250 milhões de anos de vida produtiva que são perdidos.

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Maior poder de decisão

E elas, como ressalta o relatório, ainda são vítimas de violência. Uma em cada três mulheres será vítima de violência, sendo que em metade dos casos essa violência é praticada contra jovens com até 15 anos.

O relatório conclui afirmando que a única forma de reduzir essa desigualdade é através de investimentos na área de educação e saúde reprodutiva. As mulheres com mais escolaridade, constata o estudo, se casam mais tarde, desenvolvem uma atividade produtiva mais rentável e, com isso, alcançam melhores condições de vida. Em resumo, a educação garante às mulheres maior controle e poder de decisão sobre o seu destino.