Com a falta de mão-de-obra, empresas optam por qualificar seus funcionários

"As universidades formam pessoas que não atendem a exigências das organizações", diz presidente da Curriculum.com.br

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O desemprego ainda atinge 15% da população nas principais capitais do País. O percentual não é bem visto no mundo todo, e ainda é alto.

Ainda assim, as empresas têm dificuldade de preencher suas vagas. Explica-se: segundo o presidente da Curriculum.com.br, Marcelo Abrileri, falta mão-de-obra especializada. “O brasileiro reclama da falta de emprego, mas as empresas também reclamam da falta de bons candidatos para suas vagas em aberto”, revela.

“As universidades formam pessoas que, muitas vezes, não atendem a exigências internas das organizações. A dinâmica do mercado é muito alta e o conteúdo programático das instituições de ensino raramente atende às necessidades reais do mercado de trabalho”, acrescenta.

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Alternativa encontrada pelas empresas

Diante deste quadro, o presidente da Curriculum.com.br conta que a solução que muitas empresas têm encontrado é contratar profissionais com menos qualificação e capacitá-los internamente, por meio de treinamentos, cursos e com a própria prática.

“O profissional mais empregável é aquele que, além da formação tradicional, especializa-se e é bastante interessado em todos os assuntos relacionados à área que escolheu, absorvendo todas as informações referentes ao seu segmento. Estas são cada vez mais as pessoas que têm alta empregabilidade e que fazem a diferença numa empresa”, complementa Abrileri.

Falta de preparo em todos os níveis

A escassez de profissionais qualificados fica clara na pesquisa do Grupo Bridge, empresa de consultoria especializada em desenvolvimento de lideranças. Ela realizou mais de 1.500 avaliações de potencial com funcionários de grandes empresas, entre 2005 e 2007, e concluiu que apenas 11,54% deles tinham condições de exercer a liderança plenamente. Isso mostra que há poucos profissionais capazes de ocupar a média gerência.

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O motivo, segundo o sócio-diretor do Grupo Bridge, Celso Braga, é que o mercado mudou muito, e as universidades não acompanharam a mudança.

“Hoje, o profissional de média gerência tem necessidade de liderar pessoas de forma diferente da maneira como se fazia antigamente. Ele precisa delegar mais responsabilidades, ser um formador, um educador. É o que o mercado está exigindo dele”, explica Braga. “Ao delegar as tarefas, o líder tem mais tempo para pensar em soluções inovadoras”.

O problema, segundo ele, é que as universidades formam, atualmente, excelentes técnicos. E só. Devido à escassez de bons gerentes de média liderança no mercado, há uma disputa muito acirrada pelos profissionais que se destacam. “Quando o gerente começa a ter um pouco mais de habilidade, os headhunters correm atrás dele”.