SÃO PAULO – A classe média
brasileira diminuiu nos últimos 24 anos, revela a “Carta Social e do Trabalho”, estudo realizado pelo Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além disso, a quantidade de pessoas consideradas miseráveis também caiu no período.
Isso porque, em 1981, 39,2% dos brasileiros eram da classe média (alta, média e baixa). Já em 2005, este percentual caiu para 38,1%. Por outro lado, a participação dos miseráveis (com rendimento abaixo de R$ 250) passou de 36,2% para 21,7%.
Massa trabalhadora aumenta consideravelmente
Ao mesmo tempo em que as classes média e de miseráveis diminuíram em 24 anos, a massa trabalhadora cresceu consideravelmente, de 24,6% em 1981 para 40,1% em 2005.
De acordo com o pesquisador do Cesit, Waldir Quadros, as oportunidades diminuíram, devido à estagnação econômica, o que fez com que famílias da classe média caíssem de padrão e trabalhadores não conseguissem subir no ranking social.
Sobre a pesquisa
O levantamento foi baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e na metodologia criada por Quadros, que divide os brasileiros a partir de faixas de renda baseadas no salário mínimo de 2004.
Cabe ressaltar que os ricos não foram incluídos no estudo, uma vez que “é algo extremamente raro conseguir-se aplicar o questionário em domicílios de rico”, segundo o pesquisador.
“Mesmo nos casos estatisticamente irrelevantes de sucesso, o mais provável é que o entrevistado dissimule sua condição social, transmitindo um perfil de alta classe média”, conclui.