Cidades de médio porte atraem profissionais que prezam qualidade de vida

De acordo com o coordenador do Ipea, elas atraem principalmente a mão-de-obra especializada, o que incrementa produção

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Rio Branco (Acre), Franca e Bauru (São Paulo) e Imperatriz (Maranhão). O que essas cidades têm em comum? Estão cada vez mais atraindo profissionais que buscam qualidade de vida, de acordo com pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Conforme revelaram os dados, essas cidades de médio porte possuem uma dinâmica econômica e demográfica própria. Elas atendem às expectativas de empreendedores e cidadãos, principalmente porque têm qualidade de equipamentos urbanos e na prestação de serviços.

“Dessa forma, as cidades médias se revelam como locais privilegiados pela oferta de serviços qualificados e pelo bem-estar que oferecem”, revela o estudo. O tamanho demográfico tem sido o critério mais aplicado para identificar as cidades médias, que podem ser consideradas aquelas com tamanho populacional entre 100 mil até 500 mil habitantes.

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Migração de mão-de-obra

O processo de urbanização das cidades médias é guiado pelo setor industrial, mas com participação relevante das atividades relacionadas ao setor de serviços. O crescimento econômico delas segue um avanço populacional, o que pode ser traduzido em migração de mão-de-obra.

“Nosso trabalho mostrou que as cidades médias estão crescendo três vezes mais do que as de grande porte, e isso tem relação direta com a fuga de mão-de-obra das cidades grandes para as médias, na busca por melhor qualidade de vida”, disse o coordenador de Desenvolvimento Urbano do Ipea, Daniel da Mata.

Ainda de acordo com ele, o estudo identificou que as cidades médias apresentam um parque econômico menos diversificado e conseguem atrair profissionais especializados que buscam perfis e empregos específicos. “Isso atrai inclusive mão-de-obra mais qualificada, o que resulta também na incrementação da produção e da produtividade”, afirmou à Agência Brasil.

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Cidades médias

As cidades médias ganham importância na economia nacional, com crescimento maior na produção do Brasil do que as demais.

Enquanto as cidades com mais de 500 mil habitantes estão perdendo participação no PIB nacional (Produto Interno Bruto) – queda de 1,64 ponto percentual entre 2002 e 2007 -, as cidades médias estão ampliando sua participação – aumento de 1,28 ponto percentual no mesmo período.

Os dados revelaram que o crescimento do PIB de municípios com mais de 500 mil habitantes foi de 1,55% entre 2002 e 2005; o de cidades com menos de 100 mil habitantes foi de 3,22%; e o de cidades entre 100 mil e 500 mil habitantes, de 4,71%.