CEO de startup publica selfie chorando no LinkedIn após demitir 2 funcionários e caso viraliza

Braden Wallake escreveu texto em que dizia que 'nem todo CEO por aí é insensível e não se importa com funcionários' e que se sentia culpado

Equipe InfoMoney

Braden Wallake, CEO da HyperSocial, publica foto chorando após demitir funcionários (Reprodução/LinkedIn)

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O CEO da startup HiperSocial, Braden Wallake, viralizou no LinkedIn após publicar uma selfie chorando e um texto em que se dizia culpado após demitir dois funcionários da sua empresa e que “só queria que as pessoas vissem que nem todo CEO por aí é insensível e não se importa quando ele/ela tem que demitir pessoas”.

“Eu sei que não é profissional dizer aos meus funcionários que eu os amo. Mas, do fundo do meu coração, espero que eles saibam o quanto eu os amo. Cada um. Cada história. Cada coisa que os faz sorrir e cada coisa que os faz chorar”, afirmou Wallake. Ele foi elogiado por alguns usuários na rede social, mas o “tiro saiu pela culatra”, e a repercussão foi muito mais negativa do que positiva.

“Wallake queria que todos soubessem que os executivos-chefes também são humanos. Eles se machucam e sentem dor como meros mortais. Então, ele tirou uma selfie chorando e postou no LinkedIn, junto com uma mensagem inspiradora sobre o cara legal que ele era”, ironizou Arwa Mahdawi, colunista do jornal britânico The Guardian.

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Ele passou, então, a responder as pessoas nos comentários da rede social. “Decidi parar completamente de administrar a empresa para poder responder aos comentários em minha postagem”, escreveu Wallake a uma pessoa. “O negócio não está fechado. Ainda temos 15 funcionários”, afirmou a outra. “Já cortei meu salário. Não se preocupe”, respondeu a uma terceira.

Segundo o Guardian, o “CEO que chora” tem 32 anos e demitiu 2 dos 17 funcionários da HyperSocial, sua agência de marketing. Mahdawi usou o caso para afirmar que o LinkedIn “tornou-se uma fossa de positividade tóxica e um templo para ser cringe”.

“As pessoas se fazem de bobas na internet todos os dias. A razão pela qual esse conteúdo em particular gerou tanta atenção é que a empatia performática de Wallake é um encapsulamento perfeito de tudo o que é irritante no LinkedIn e, por extensão, de tudo o que está errado com a cultura corporativa”, afirma Mahdawi.

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Leia aqui o depoimento completo de Braden Wallake no LinkedIn e, abaixo, uma tradução livre do texto:

“Esta será a coisa mais vulnerável que eu vou compartilhar. Eu fui e voltei pensando se deveria publicar isso ou não. Tivemos que demitir alguns de nossos funcionários. Vi muitas demissões nas últimas semanas no LinkedIn. A maioria foi devido à economia ou qualquer outro motivo.

O nosso? Minha culpa.

Tomei uma decisão em fevereiro e fiquei preso com essa decisão por muito tempo. Agora eu sei que minha equipe vai dizer que “nós tomamos essa decisão juntos”, mas eu nos conduzi a isso. E, por causa dessas falhas, tive que fazer hoje a coisa mais difícil que já tive que fazer.

Sempre fomos um negócio que coloca as pessoas em primeiro lugar. E sempre seremos. Em dias como hoje, eu gostaria de ser um empresário movido apenas pelo dinheiro e que não se importa com quem machuquei ao longo do caminho.

Mas eu não sou. Eu só quero que as pessoas vejam que nem todo CEO por aí é insensível e não se importa quando ele/ela tem que demitir pessoas. Tenho certeza de que existem centenas e milhares de outros como eu. Aqueles que você não vê falado. Porque eles não demitiram 50, 500 ou 5.000 funcionários.

Eles demitiram 1 ou 2 ou 3. 1 ou 2 ou 3 que ainda estariam aqui se melhores decisões tivessem sido tomadas. Eu sei que não é profissional dizer aos meus funcionários que eu os amo. Mas, do fundo do meu coração, espero que eles saibam o quanto eu os amo. Cada um. Cada história. Cada coisa que os faz sorrir e cada coisa que os faz chorar. Suas famílias. Seus amigos. Seus passatempos.

Eu sempre contratei pessoas com base em quem elas são como pessoas. Pessoas com grandes corações e grandes almas. E não consigo pensar em um momento menor do que este.”