Centralizador: por que alguns líderes têm esse perfil?

Segundo sócio da Compass Consult, comportamento pode ser proposital, dependendo do estilo de liderança, mas também pode ser inconsciente

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – Não se sabe ao certo a origem do comportamento, mas é fato que alguns líderes têm dificuldades em delegar tarefas.

Você nunca viveu algo assim: se deparou com uma atividade que estava empolgado para fazer, porém foi jogado para o escanteio, já que a liderança foi quem se encarregou do trabalho. Se isso acontece com frequência no seu trabalho, pode estar diante de um líder centralizador.

Eles pegam as atividades mais estratégicas, interessantes e, quando menos esperam, estão atolados. O resultado é uma vida voltada para o trabalho, com prejuízos para o convívio familiar e social. Mas não culpe o líder, pois, às vezes, a atitude é inconsciente.

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De propósito?

De acordo com o sócio-diretor da Compass Consult, Wilson Roberto Lourenço, não é normal que o líder faça as atividades mais estratégicas e interessantes da empresa a todo o momento, mas nada o impede de acompanhá-las. “Eu, que já fui executivo, quando tinha atividade com muito foco estratégico, queria estar envolvido pelo impacto que algo negativo poderia causar”, contou, sobre sua própria vivência no mercado de trabalho.

Porém, alguns líderes acabam trazendo a responsabilidade para si sempre, o que acontece por conta do nível de confiança e segurança que têm com a equipe, mas também pelo estilo de liderança. “Há líderes que pensam em promover novos líderes, ou, se uma vaga de chefia não está disponível, pensam em trazer novos talentos para a empresa. Mas outras pessoas que não pensam assim”, explicou.

E a atitude de não delegar aquilo que é mais “interessante” pode ser causada pelo medo de perder espaço na empresa, ou de o membro da equipe que fez o trabalho com tanto louvor ganhar mais destaque. “É uma visão míope do líder porque, se de um lado ele mesmo fizer a atividade e ganhar destaque, caso faça bem, do outro ele acaba sobrecarregado e, muitas vezes, com problemas familiares”, contou Lourenço.

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Inconsciente

O comportamento pode ser inconsciente também. Neste caso, de acordo com Lourenço, o profissional só vai perceber que está sendo centralizador depois de sentidas as consequências da atitude: o cansaço pelo excesso de trabalho, a infelicidade da equipe e a ausência na vida familiar.

“Uma das consequências será a equipe estagnada, que não cresce e está sempre insatisfeita, principalmente no caso de profissionais da geração Y, que buscam crescimento rápido. Então essas pessoas podem ir embora, pedir transferência de área ou ir para o concorrente. E, se ninguém manifesta isso, o clima fica tenso e as pessoas, insatisfeitas para sempre”.

Ajuda

Independentemente de como o comportamento se originou, o importante é acabar com ele. De que forma? Por meio da ajuda de um coach, de treinamentos sobre liderança ou até mesmo do feedback do “líder do líder”. A própria equipe também pode ajudar, chamando a responsabilidade para si em determinadas tarefas.