Carteira de trabalho ‘rebaixada’ não deve comprometer seleção

Com receio, profissionais omitem a remuneração anterior e até fazem outro documento para não serem eliminados da seleção de empresas

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – Preocupados com a imagem que os recrutadores possam ter em um processo de seleção, muitos profissionais costumam omitir os antigos salários e, não raro, até buscam alternativas para não ter de comprovar a remuneração anterior.

“Existem trabalhadores que chegam a tirar outra carteira profissional para não mostrar que já tiveram um salário mais alto ou mesmo que no documento anterior constem variações que possam ser interpretadas como um ‘rebaixamento’ da carteira”, explica a advogada trabalhista e previdenciária do Cenofisco, Rosania de Lima Costa.

Segundo ela, muitos acreditam que as comprovações salariais possam desvalorizar o próprio trabalho, comprometendo inclusive o desempenho durante o processo seletivo.

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O lado do recrutador
Mas será que os recrutadores realmente se importam com tais alterações salariais? Na opinião do diretor executivo da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Marshal Raffa, a resposta é sim, mas não da forma como o trabalhador idealiza.

De acordo com ele, os profissionais que possuem salários muito superiores ao oferecido por uma empresa costumam ser avaliados com cautela justamente pelo risco que oferecem ao empregadores.

“Esses profissionais normalmente aceitam o emprego por estarem disponíveis no mercado, mas, em paralelo, continuam procurando oportunidades com salários mais compatíveis com seu perfil profissional e, por isso, se mostram como um risco ao contratante”, explica.

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Benefícios em jogo
De qualquer forma, não existe uma regra padrão, afinal, nada impede que um profissional esteja apenas interessado em uma melhor oportunidade profissional, não é mesmo? Se ela oferecer mais benefícios, então, melhor ainda. Por esta razão, nestas situações é comum que o recrutador desenvolva uma outra percepção sobre o candidato.

“Quando o colaborador deixa claro que a mudança de carreira dele é motivada por uma razão estratégica, ou seja, que ele está em busca de uma melhor colocação profissional ou mesmo de benefícios, a questão salarial passa a não ser tão importante para o recrutador”, detalha Raffa.

Fuja das mentiras
Contudo, é preciso estar atento, pois começar com mentiras pode realmente ser a pior maneira de tentar entrar em uma empresa.

“Toda mentira sempre é descoberta pelo empregador e isso pega muito mal. O ideal é que o trabalhador sempre fale a verdade e diga que busca uma oportunidade de crescimento, jamais omitindo questões salariais ou sobre a carteira profissional”, completa Raffa.