Carreiras: você sabe se a sua está indo para frente ou se simplesmente estagnou?

Fazer a mesma coisa, da mesma forma, na mesma área e na mesma empresa pode indicar estagnação, diz especialista

Viviam Klanfer Nunes

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SÃO PAULO – Você passa 8 horas do dia na empresa, faz tudo que seu chefe manda e nunca deixa de entregar as demandas. Mas, você já parou para pensar se apesar das entregas e de cumprir o horário sua carreira está realmente indo para frente e não está simplesmente estagnada?

De acordo com a professora doutora do Núcleo de Gestão de Pessoas da ESPM, Fátima Motta, que também é sócia-diretora da FM Consultores, alguns sinais podem indicar que o profissional não está progredindo. Em primeiro lugar, é preciso avaliar o tempo em que se está fazendo a mesma atividade e como ela está sendo feita.

Tudo igual, há anos
Na prática, a professora explica que é um sinal de estagnação estar fazendo há anos exatamente a mesma atividade, da mesma forma, na mesma empresa e no mesmo setor. Por exemplo, aquela profissional que trabalha na área de contabilidade com contas a pagar por diversos anos, realizando exatamente a mesma atividade sem nenhuma alteração e nenhum aprofundamento.

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Isso é um claro sinal de que não há grandes desenvolvimentos acontecendo na carreira. Por outro lado, mesmo que o profissional esteja trabalhando nas mesmas atividades por anos, mas já mudou de setor algumas vezes, isso mostra que está mais distante da estagnação.

“Quando a sua carreira esta caminhando para o lado, isso não significa que você está parado”, diz Fátima. Na prática, se você era uma analista de marketing, com um determinado gestor e trabalhando com um determinado produto e assume outra posição de analista, com outro gestor e trabalhando com outro produto, você está tendo novas experiências, o que pode agregar bastante para a carreira e permitir um crescimento.

Domínio da atividade
Não existe um tempo certo para ficar em uma determinada área. De acordo com Fátima, quem define isso é o próprio profissional. “Ele tem que perceber o quanto já domina aquela atividade; se sente que já conhece o suficiente para mudar”, diz a especialista. Lembrando que se você já não aprende nada e não tem desafios, é um forte indício que é hora de mudar.

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Outro sinal que ajuda a compreender se você não está mais progredindo diz respeito às suas competências. O profissional deve observar há quanto tempo não adquire uma competência nova, há quanto tempo não faz um treinamento ou um curso. “Se há muito tempo ele não faz curso nenhum e não adquire nenhuma competência nova, ele pode estar estagnado” diz Fátima.

Plano de carreira
Estar sempre aprendendo coisas novas e evitar ficar na mesma posição por anos, ajuda a não se estagnar. Porém, o que realmente vai permitir que o profissional avalie como anda sua carreira é a elaboração de um plano de carreira. De acordo com Fátima, “muitas pessoas não fazem isso e deixam a empresa definir a carreira dela”.

A sua carreira, porém, é sua e não da empresa. É preciso sentar e definir o que você quer, aonde quer chegar e ir atrás dos objetivos. Nesse caminho, caso a empresa não possa oferecer o que você quer, é hora de procurar outra organização.

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Por fim, vale considerar que não subir de cargo não quer dizer necessariamente que sua carreira parou. Você pode ficar na mesma posição, mas fazendo sempre seu melhor, de formas diferentes e mais produtivas. Fátima explica que há duas formas de pensar uma carreira. A primeira é dentro de uma visão hierarquizada, ou seja, quando o profissional acredita que só está evoluindo se estiver assumindo posições mais elevadas.

Mas também há outro tipo de visão, na qual o profissional escolhe não subir, mas procura sempre aprender coisas novas e fazer seu melhor. Um professor, por exemplo, não precisa assumir uma coordenação de curso ou qualquer tipo de cargo de liderança para que sua carreira cresça. “Se ele der aulas cada vez melhores, cada vez mais fantásticas e desenvolvendo pesquisas cada vez mais profundas e interessantes, isso já mostra que ele está crescendo”, explica Fátima. “Tudo é uma questão de ir além”, diz a especialista.